Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sonhos que não eram só meus.


No fim, eu havia construído meus sonhos em castelos de areia sobre algumas pessoas... Eu sou o único e real culpado por cada grão dos meus sonhos terem ido embora junto ao vento. E agora, cá estou eu chorando o leite derramado e me culpando por real culpa de ter esperado que outras pessoas sustentassem sonhos que eram só meus.
Não é fácil se contentar com perdas tão grandes e que fazem grandes estragos em nós, mas eu permiti que os ponteiros do relógio me traíssem numa longa espera... Permiti que cada batida do meu coração se descompassasse por caminhos tortos e sem fim, criados por minhas expectativas em pessoas incapazes de segurar minha mão, e também, incapazes de segurar comigo, aqueles sonhos que no fundo não eram só meus.


sábado, 29 de dezembro de 2012

Me leva um pedaço da alma.

De todas as certezas que podem haver na vida de uma pessoa comum, a única que tenho é incerta. Martela machucando em meu peito como choque nas terminações nervosas. Sei que nada sei. Sinto que tudo sinto. A menor das coisas é gigante para mim, e a maior das coisas não me sacia. Cada segundo cobra mais de mim e me leva um pedaço da alma. Falar não me cabe em palavras. Sentir não me cabe em tocar. Consigo amar quem está longe, odiar quem está perto e vice-versa. Se o meu coração pudesse, choraria. Mas em cada veia corre ácido, e não há nem um rastro de sangue ou humanidade. Sou oito ou oitenta do meio termo, mas tudo de mim se alterna a cada explosão de sentimentos no choque de uma coisa chamada vida.


Poço oco, sem volta.


Essa é a pior das sensações. Uma coisa que eu nunca vou conseguir explicar e ninguém nunca vai poder entender. É como se um enorme buraco negro estivesse aberto em meu peito. Não há motivo, mas dói. É dor emocional, não física. Dói tanto que eu me vejo em desespero. Eu quero me machucar, mas minha cabeça continua no lugar. É como se me machucar tirasse o foco dessa dor que parece infinita! É como se eu estivesse só... Como se o mundo estivesse em movimento lá fora e o meu congelado em um momento que me desgasta e me leva de volta ao pó.
Não é sempre que eu demonstro, digo e provo o que sinto, mas, é necessário que eu me veja em momentos que cobram realmente muito de mim para ver que sozinho, não sou nada. Meu coração pede socorro e ninguém escuta. Se escuta, não se importa! Vejo minha vida sem sentido, e a morte como a tentação que levou Eva a pecar. Nada, nada, absolutamente nada, me tira desse buraco negro sem fim, nem me tira desse poço oco, morto e sem volta. Nada.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Viver vivendo o que o relógio levou.

Hoje eu acordei sem saber se te chamo de meu, se me chamo de seu ou se continuo massacrando meu coração por uma convicção quase que incerta. Acordei sem saber se vou me congelar no tempo e repetir o momento do último beijo e viver vivendo o que o relógio levou. Hoje eu levantei inteiro sem saber se neste dia ia me despedaçar outra vez e me desgastar de vez, sofrendo por um orgulho que é seu. Hoje eu vou dormir com um peso de uma culpa que é só minha e acordar no outro dia com essa mesma sensação. Vou dormir, acordar, levantar, me culpar… Pedir perdão a Deus outra vez e me deixar levar pela mesma rotina de sempre. Vou ver outra vez sua fotografia, te beijar nos lábios em pensamento e dormir não tão inteiro quanto o esperado. Vou dormir com a certeza de que ainda te pertenço, mas sem saber se ainda acordarei inteiro. Hoje eu acordei inteiro… Dormi chorando e acordei sorrindo, após ser possuído outra vez por essa convicção incerta. Agora, te quero mais que ontem e menos que amanhã


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Casa sem colunas.


As palavras têm vindo cheias de um vazio medonho (é contraditório, controverso e confuso). Sem um pingo de verdade, nem um toque de amor... As palavras não têm mais transparecido sentimentos como antigamente. Agora não passam de palavras. Palavras secas, ocas e ásperas. Às vezes atingem-me como arame farpado. Machucam. Mas eu entendo. Sei que o que falamos não é nem um terço do que gostaríamos de dizer. Conheço o bolo que fica na garganta e até faz a cabeça girar. É por isso que eu me esvazio tanto, apenas escrevendo.
Mas eu não quero corações partidos! Eu não quero olhar essa chacina de corações! Amar, amor, tocar, sentir, expressar, escrever amor! Eu não quero mais sentir! Eu não quero mais doar-me! Eu levo isso muito a sério, dando muito de mim sem receber nada em troca. O que seria de uma casa sem colunas? O que seria de um coração sem amor? Eu só preciso que ele continue bombeando sangue, pois de amor, ele já transbordou e esvaziou.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sobre a mesa.

Eu quero foder. Agora cê repara que eu não falei "fazer amor", eu não falei "transar", eu não falei "fazer inheco inheco", eu falei FODER! Agora, eu não quero foder só com você. Eu quero foder com seu chefe, com meu personal trainer, eu quero foder com o Malvino Salvador, eu quero foder com o George Clooney, eu quero foder com aquele menino que faz piadas na internet, eu quero foder com o time da Nigéria, com o exército de Israel e até com o Toinho, o porteiro. Quem sabe até com o seu irmão, Mário Alberto. Mas eu não quero um de cada vez. Eu quero todos ao mesmo tempo. Eu quero levar surra de piroca até semana que vem. Eu quero ficar com o queixo pra dentro que nem o Noel rosa, sabe? De tanto levar saco aqui no queixo, sem conseguir falar. Eu quero ficar tão larga que... Qual é mesmo o nome daquele nadador? Aquele menino comprido? - O Phelps? - Isso! O Phelps! Eu quero ficar tão larga que o Phelps vai enfiar o cotovelo assim, ó,  dobrado dentro de mim e eu não vou nem sentir, por que eu vou estar o que? Vou estar extasiada, entendeu? E eu quero tudo de luz acesa, porque eu quero ver aquele banho de sêmen. Sêmen é o caralho, né Mário Alberto? É porra, né? Banho de porra mesmo, sabe? Bukkake? Coloca no google que você vai saber o que que é. Eu quero levantar que nem um boneco de cera, sabe? Pingando, assim, derretendo. E depois eu vou querer um repeteco. Eu quero escalavrar a boceta. Eu quero levar cutucada no colo do útero, entendeu? E aí depois eu vou querer dar o troco, passar recibo... Vou querer que me chamem de putinha, de vaca, de vadia, de cachorra e depois de putinha de novo. Enfim, pra terminar com tudo isso, eu vou esmerelhar a chapeleta de geral pra limpar a bagunça. E no dia seguinte eu vou acordar poída, assada, que nem um fantoche velho. É isso o que eu quero, Mário Alberto. E você?


domingo, 18 de novembro de 2012

Desabafo de um traumatizado pelo machismo.

ESTOU ENOJADO DESSA HUMANIDADE. OLHAR NO ROSTO DE CADA UM A CADA DIA E VER QUE SEUS OLHOS SÓ APONTAM PARA FRENTE, ME DÁ VONTADE DE VOMITAR. EGOCÊNTRICOS! EGOÍSTAS! PARA QUÊ SE PREOCUPAR COM OS PROBLEMAS DOS OUTROS SE NÓS JÁ TEMOS OS NOSSOS, NÃO É MESMO? O RESTO DO MUNDO QUE SE DANE! VOCÊ SÓ QUER SABER DOS SEUS PROBLEMAS!

 E ESSAS LÁGRIMAS QUE NÃO DESCEM? QUAL É O PROBLEMA? EU JÁ TIVE QUE ENGOLIR MUITO O CHORO, NÃO É? AFINAL, HOMENS NÃO CHORAM!

 ATÉ QUANDO O MUNDO VAI TER QUE VIVER ESSA MENTIRA? ATÉ QUANDO O MUNDO VAI TER QUE SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS DE UM MUNDO MACHISTA? ATÉ QUANDO PEQUENOS GAROTOS VÃO TER QUE VIVER OS MESMOS TRAUMAS QUE EU?

 HOMEM DE VERDADE É AQUELE QUE CHORA QUANDO SENTE! HOMEM DE VERDADE É AQUELE QUE TEM MEDOS, MAS QUE ACIMA DE TUDO, OS ENFRENTA PARA SUPERÁ-LOS! HOMEM DE VERDADE TAMBÉM AMA OUTRO HOMEM! HOMEM DE VERDADE É CRIADO POR UM HOMEM QUE O ENSINA A SEGUIR OS SEUS SENTIMENTOS!

 ENQUANTO O MUNDO ENSINAR A SEUS FILHOS E FILHAS QUE A VIDA É INJUSTA, QUE HOMENS E MULHERES NÃO PRESTAM; ENQUANTO A ESPERANÇA FOR ARRANCADA DESDE O BERÇO, NADA ESTARÁ RESOLVIDO!

 GENTILEZA GERA GENTILEZA SIM! EDUCAÇÃO É A BASE DO SER HUMANO! RESPEITAR OS SENTIMENTOS E AS FRAGILIDADES SINGULARES DE CADA UM, É SER HUMANO! ENSINAR SEUS FILHOS E FILHAS A TER ESPERANÇA DE QUE TUDO PODE SER MELHOR, É O QUE FARÁ A MUDANÇA ACONTECER!

 SOMOS HOMENS E NÃO RATOS! NINGUÉM QUER SER UM RATO! EU TENHO MEDO DE ALTURA, DE ESCURO E MUITAS OUTRAS COISAS. EU GOSTO DE HOMENS E AINDA SOU HOMEM! A ÚNICA COISA QUE AINDA ME MACHUCA É NÃO CONSEGUIR CHORAR, PORQUE MENTIRAM PARA MIM! DISSERAM-ME QUE EU NÃO POSSO CHORAR, PORQUE EU SOU HOMEM.


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Deitando em brasas.

Deus, que isso continue sendo outra de tantas loucuras momentâneas. Que passe como o vento que é passageiro. Que dissolva como o gelo que se derrete. Que seja um acordar de outro pesadelo doloroso. E, que acima de tudo, a felicidade possua a mim e a quem já é responsável por minha insanidade. Que as estrelas não sejam mais as armas pontiagudas que se soltam a cair em chuva prateada. Que tal presença não me faça engolir a saliva como se estivesse engolindo espadas. Que ver tal pessoa sorrindo com outro não faça meu coração ser comprimido. Que sua ausência não seja como deitar em brasas… Que o mundo pare de lutar contra mim e se ponha ao meu lado. Amém.


sábado, 10 de novembro de 2012

O cônjuge que não chora.


É esquisita essa minha posição no mundo. Sentir que qualquer coisa que eu faça possa feri-lo. É bizarra essa consequência de um golpe tão forte de contra ataque que ele impregna. Essa sensação de que tudo se encerra na linha de chegada, a ver que ainda há um longo caminho desconhecido à frente. Saber que se já não bastasse o mundo de injusto, ainda há a faca da mentira que machuca dos dois lados. Que alienado!
Não quero mais ser o cônjuge que não chora. Engolir o choro e fingir que nada aconteceu, é como engolir ácido sulfúrico. Não basta ser forte por fora! Careço de uma força interior!  Chega dessa batalha que intercala entre o “lobo” que quer se libertar e o “cordeiro” sutil e sem expressão. Para mim já basta!
Eu já não caibo dentro de mim. Não me considero mais culpado pela insanidade do monstro que se mostra de dentro para fora em mim. Dormir é um marasmo. Acordar é um pesadelo. Tentar soltar a represa de lágrimas é tão dolente quanto qualquer apatia do corpo. Só o que me resta é a vontade de passar pela peneira da vida e chegar ao vale da morte. E eu não sei até quando isso permanecerá no mundo das ideias. Não sei quando isso se fará real, para a paz do meu espírito que não vaga em simetria ao meu corpo desgastado e cansado de tantos conflitos particulares e azedos. 


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Livre a desenhar o céu.


No vai e vem das ondas, ouço o chiado do seu coração. No alto das pedras do arpoador, a paz. O vento faz música, e os pássaros improvisam um balé no céu, seguindo o sopro do vento. A serenidade que carregas, me traz festa ao coração.
Na linha tênue do horizonte, há a cor do céu caindo em dégradé. A luz parece vir do teu sorriso esbranquiçado. Os teus olhos verdes fixos em mim, me engolem. Venha a mim e permaneça por um instante. Deixe o choque dos nossos lábios falar pelo silêncio...
Não me deixes a ver navios. Ah! Não me deixes abraçar o mar! Sê tu o canto e o encanto que me põe a pecar. Sou eu, em tuas mãos, o dente-de-leão, que no sopro dos lábios teus, se põe livre a desenhar o céu. Somos nós, juntos, o pecado carnal da luxúria. Somos o fogo interminável do Sol. Somos nós, juntos, dois humanos pecadores que dão origem a outro pecado. Somos nós, o pecado do amor, o mistério da paixão.


Forte por fora, fraco por dentro.


Agora o meu interior chora escandalosamente por motivos desconhecidos e por diversas coisas reviradas em mim, que já não contém sentido. Tu que lês, eu lhe pediria perdão se pudesses ver minha face estatual e inexpressiva.
“Socorro, socorro!” — Grita meu coração invejando (por pura inocência) a força transparecida por minha face. “Liberte-me!” — Ele ainda implora com seus batimentos explosivos.
Ergo meus olhos daqui da lama em que me encontro para olhar outra vez a humanidade com esperança. “Vai ficar tudo bem.” — Minto. — “Acredite!” — Me encorajo. — “Não desista!”— Reforço. — “Esperança” — Me convenço.
Razões, emoções... Posso confessar algo de derradeira importância? Nada reforçou tanto o meu caráter quanto a dor. E outra coisa é certa e devo admitir: só existe um abraço que me poderia curar de toda e qualquer dor. 


domingo, 14 de outubro de 2012

Criado para sofrer.


Oh coração, tu és tolo! Tu amas mais que a ti, te entregas mais que o conveniente... Tu foste criado para sofrer, e ser torcido como um pano encharcado. És maldito por apenas amar. Por isso, que sangres até que a vida vos filtre e te arraste para a amargura da morte.
Bata enquanto puder, chores até secar, pois tua hora há de chegar. Foste pisado. Foste dilacerado. Foste banalizado e já não és mais um órgão vital. Tu vives por ti mesmo e és louco por amar e amar. Te ponhas na forca, te mates e que eu não tenha a mínima parcela de culpa por mais um de teus atos insanos.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Você na minha cama.

Eu preciso de você na minha cama, do seu calor me derretendo... Eu quero matar a sede do seu beijo, a fome do teu abraço e a necessidade da tua companhia... Preciso de você além dos planos e fantasias. Além das razões, emoções e escolhas. Só o que me falta é você inteira e verdadeiramente pertencente a mim de forma celestial, pois eu já bati de porta em porta, mas a única porta que me excita a entrar é a sua, por ter sido mais difícil de abrir.


sábado, 15 de setembro de 2012

Amor e suas controvérsias.

Cama cheia, coração vazio... E vai ser sempre assim! Encher o copo e sentar no sofá esperando o amor. Cadê? Em tudo menos aqui... Ele está caminhando contra o vento, nadando contra a maré, andando para trás, enchendo outros copos e corações, unindo peças que não se encaixam... E vai ser sempre assim! Plantar amor e colher solidão. Regar corações, e ver ao brotar, tantos parasitas fazendo-os secar. Eu tenho medo do amor. Eu tenho medo de amar. Viva à promiscuidade, pois agora é cama cheia e coração vazio... E vai ser sempre assim!


segunda-feira, 30 de julho de 2012

O cintilar de suas purezas.


Às vezes eu ainda derramo lágrimas por lembranças e ânsias... Estranho é quando eu sorrio para escondê-las e me seco, como se todos tivessem culpa pelas minhas lágrimas.
Às vezes eu ainda volto ao pó para renascer das cinzas. Eu morro, renasço, me altero, renovo... Estranho é quando eu ainda estou na monotonia e continuo sendo muito igual.
Às vezes eu sou um humano... Estranho é quando eu me torno um fantasma rondando vidas escuras, cabeças vazias e corações congelados.
Lágrimas, liberem-se em cascatas por essa extensão e esvaziem-me. Cinzas, tragam-me uma nova moldura e transformem-me... 
Ah vidas, recebam de volta a luz! Corações, onde estão seus calores flamejantes? Levantem-se! Não percam suas grandezas! Reajam diante de tudo e mostrem o cintilar de suas purezas.
Não, eu ainda não perdi a fé.


sábado, 7 de julho de 2012

Doce suicídio. Fantástico abraço da morte.

Acho que não há problema nenhum em ter falta de ar, mas sim em ter excesso dele nos pulmões que trabalham incansáveis. De repente eu deva mesmo tragar um cigarro, e liberar a minha vida junto com a fumaça. Talvez não haja nenhum problema em morrer, mas sim em viver infeliz... Quem sabe, viver seja um desafio, e não haja problema algum em se debruçar no parapeito da janela, sentindo a liberdade por alguns segundos, até sentir o fantástico abraço da morte... Quem sabe, não seja tão ruim ter sido feliz em pelo menos alguns segundos antes de sentir o alívio e a doçura da morte, porque amargo mesmo, é viver infeliz.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dançando nas estrelas.


Estou vendo o colorido se tornar preto e branco, e os ritmos de uma escala musical se tornando uma única batida incessante e pausada: “Boom. Boom. Boom.”. A melodia se perde no silêncio perturbador que vai engolindo-a. O ritmo que o meu corpo segue, vai sumindo no breu que vem surgindo. A batida vai perdendo o compasso e se tornando lenta, pois a dança que o meu coração seguia, voltou a se tornar uma única batida incessante e pausada: “Boom. Boom. Boom.”.
No céu faiscante, as estrelas vêm caindo criando formas. As nuvens deixaram o céu e as estrelas continuam caindo. Voltem nuvens, voltem! Amparem as pobres estrelinhas que vêm caindo sem parar! O céu as soltou e elas vêm caindo! Pobres estrelinhas...
Amanheceu e não há mais céu escuro, nem estrelas sendo soltas, nem nuvens de algodão e nem belas formas desenhadas pelas estrelas que dançavam em queda livre. A batida continua insistente e isso me incomoda. Eu quero o ritmo, eu quero as cores, eu quero amores e danças de tango. Corpos colados, seguindo o ritmo do coração, numa dança leve e sensual levando do vermelho da paixão que transcende ao azul do céu borrado pelo branco das nuvens.
A música esteve ali o tempo todo e as cores nunca me deixaram... O meu coração dançava e era esse o ritmo que eu seguia. Eu me desconectava do mundo e fechava os olhos. Agora eu dançava nas estrelas e me tornava uma delas. Eu só precisava de um motivo para acelerar esse ritmo que se manteve incessante e pausado por tempo de mais. Eu só precisava disso e nada mais.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Eu me perdi de mim!


Meu amor dorme ao meu lado, na escuridão da sombra noturna... Eu, um invasor de janelas, um vírus invadindo corpos e sensações, desejo invadir-lhe.
A idéia de satisfação, me foge nos rastros dos teus passos que se distanciam. Eu devo correr até você ou devo ficar e esperar a sua volta?
Veja, eu me tornei teu último suspiro. Eu evaporei e o que restou de mim, perdeu o valor... Veja, eu sou teu. Eu respiro você, e olho-te repousando ao meu lado, respirando lento; livre da perturbação mundana. Veja, os teus passos se perdem num horizonte infinito...
Socorro! Eu me perdi de mim! Quem me roubou de mim? Eu respiro outros ares, ando outros caminhos que não são meus. Eu me perdi de mim!
Amor, meus olhos te seguem, até que você se torna um ponto final além de mim, além do horizonte... Eu corro até você, sigo-te! Quando perto de mim tu estás, sou engolido pela areia movediça...
Veja, eu sou um bobo apaixonado. Tu vês, sentes e partes. Venha. Vá. Fique. Adeus. Eu sou um bobo apaixonado e não passo disso. Por favor, perceba.


Meus medos parecem se concretizar.


Não quero mais dormir. Minhas pálpebras me traíram e resolveram se fechar sozinhas com seus golpes fortes e pesados em meus olhos que ardem por tamanha sonolência.
De um tempo pra cá, passei a ter um medo imenso da morte (algo que nunca tive). Estou apegado à matéria e a última coisa que eu quero, é entrar num sono eternizado.
Acho que eu estou enlouquecendo, pois agora muitos medos começaram a me pôr contra a parede... Estou sofrendo pressão psicológica, e a autora de tudo isso é a minha própria mente.
Agora eu penso de modo diferente. Acho que eu me alterei interiormente. Eu me tornei diferente e indiferente. Mais sensível e humano.
Meus medos parecem se concretizar. Estou com medo de agora escrever coisas que não façam sentido aos que lêem. Para mim, que escrevi cada uma dessas palavras, tudo faz sentido completo.
Deixe-me sensível. Por muito tempo eu fui pisado. Pensem todos que eu sou fraco para se surpreenderem com a minha reação.


Livros: eu os amo!


Eu precisei de um amigo e encontrei num livro. Eu precisei de um conselho e encontrei num livro. Eu precisei de um motivo para rir e encontrei num livro... Os livros sempre foram melhores que as pessoas...
Eu me sinto vastamente satisfeito em segurar um livro nas mãos e em soprar toda a poeira que sobre  esteve sobre ele pelo tempo em que esteve esquecido (e eu não vejo nada mais cruel do que esquecer os livros).
Eu amo aspirar o cheiro de livro velho. Eu amo passar os olhos por suas páginas amareladas e de escrita rebuscada. É como ter a felicidade nas mãos. É como se eu fosse uma criança curiosa que acaba de descobrir um tesouro.
Livros: amo devorá-los. Amo tê-los nas mãos como tesouros. Amo as emoções despertadas por eles. Amo a ligação entre nós (como o cordão umbilical que liga a mãe ao filho). Amo aprender e descobrir com eles... Livros: eu os amo!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Por favor, viva!

Vejo a minha alma manchada por seu sangue inocente. Eu não fui o autor do crime, mas sinto que se eu tivesse tido outra das nossas conversas, eu teria lhe ajudado a desistir de pensar em desistir de tudo.
Você só queria machucar aos que ficaram. Eu sei que você só queria chamar a atenção. Sei, pois eu já pensei no mesmo.
Essa escolha só deu um ponto final aos seus planos, e logo, com o passar do tempo, pelo menos 80% das pessoas a quem você queria ferir, vai esquecer que um dia você existiu e cometeu esse ato inconseqüente.
Eu nunca me importei com a sua presença, tampouco me vejo chorando a sua partida, mas eu sinto que mesmo não me importando tanto com o seu status online ou offline da vida, só poderia ter lhe ajudado a desistir do status offline.
É triste pensar nisso, mas eu não me importo e nem me culpo... Só acho que eu poderia ter lhe ajudado outra vez. Isso me deixaria completamente satisfeito, mesmo sem eu me importar com o seu status.
Agora, eu só queria encostar o seu caixão e olhar seu rosto pálido em que o sangue não circula mais. Eu quero vê-lo respirando outra vez, em uma brincadeira de “vivo ou morto” – Por favor, viva! –. Apenas brincando. Não quero ver-te incapaz de encontrar movimento...
Eu sei que eu correria o risco de te ver levantar dali e me agarrar o pescoço, pressionando-o com força, tentando me tirar o ar; só pelo motivo de eu saber que você precisava, e nada fiz para lhe ajudar.
Estou certo que você não faria isso, pois agora, o seu templo jaz inanimado... Eu sei também que eu aceitaria que você me enforcasse, pois eu errei ao ser egoísta, e ao não lhe dar os meus ouvidos para lhe ouvir e nem a minha boca para aconselhá-lo.
Siga a luz e descanse em paz.
Para mim, você só está descansando nos braços de Deus. Status ausente. Eu não consigo aceitar o seu status offline.


terça-feira, 5 de junho de 2012

No canto do rouxinol.


Alguns anos se passaram desde que você se foi, mas sinto que a vida lhe traz de volta no canto do rouxinol; na dança dos galhos sacudidos pelo sopro divino; no Sol que caminha vagarosamente do leste até dormir na calmaria do fim de tarde, no lado oeste da imensidão do mar, daqui, de onde eu observo.
Sinto-lhe no ar que invade as minhas narinas, sendo filtrado pelos mesmos pulmões cansados pelo contínuo trabalho incansável; sinto-lhe na firmeza deste chão agredido por meus pés violentos e brutos, que parece se abrir quando lembro-me de ti; sinto-lhe no palpitar do coração que ainda se excita ao ver-lhe em minhas lembranças... Ainda lhe sinto aqui...
A chuva ainda cai do lado de fora... Que inveja eu tenho das nuvens! Elas se enchem, e quando mostram sua fúria, não há quem as encare! Eu quero ter essa facilidade para liberar essa tempestade que cria uma confusão em mim...
Você se foi, mas eu ainda lhe sinto aqui, na luz que vejo com uma voz de fundo que diz: “Vá para a luz, espírito! Continue vagando ao encontro de quem tu verdadeiramente amas!”, com o chão sumindo sob os meus pés com um ritmo acelerado; com o ar parando de me invadir; com o coração perdendo o ritmo até parar... Mas com a imagem fugindo das minhas lembranças e se tornando real, com o Paraíso de cenário, e nós dois como protagonistas outra vez... Agora sim, eu verdadeiramente lhe sinto aqui.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

A deriva.


Amor: afeição, compaixão, misericórdia, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido. Vínculo emocional com alguém. A maior de todas as conquistas do ser.
O amor? Ah, como eu sou dele! Corpo, alma e coração! Como eu sou dele... Só dele! Inteiramente e exclusivamente dele!
Erva daninha que cresce; sentimento que concede a alegria de viver. Entra sem pedir licença; permanece sem pedir permissão e vai sem deixar pegadas no chão...
E agora, amor, onde você está? Eu pertenço a você, somente a você... Ai, amor, não me abandone! Eu ainda tenho medo de escolher errado, de perder o compasso, de ser, quem sabe, pisado! Não me deixes a deriva; não me deixes sem consolo; não me deixes só, pois eu tenho medo, e ainda pertenço muito a você. Só não me abandone. Nunca. Eu o imploro.


O naufrágio vai ser total...


Ar, nesta lenta tarde de verão, sua lembrança é uma foto cinza, que com as horas vão se apagando... É difícil desenhar seus traços meio dia depois de partir.
Ar, se seus olhos são um tanto negros; se os dentes feitos de hortelã... Não me lembro das suas sobrancelhas, nem sequer posso falar apenas de outra coisa que não seja a dor.
A mente quando abaixa a maré, por puro instinto de conservação, sim, tenta me curar de pouco a pouco, deixando atrás os passos de amor.
A mente quando abaixa a maré, mostrando a estrutura da minha dor, ativa um mecanismo de defesa, para que não afogue o coração.
Ar... Me falta o ar, sim! Nesta lenta tarde de verão... Não posso descrever você! Sua lembrança é uma foto cinza... Apenas de perfil! Que com as horas vão se apagando... Oh não!
Ar... Eu tento desenhar! Não consigo, Quase já não posso... Por muito mais que eu tente! É difícil de reconhecer... Por tudo o que eu amo! Me deixe menos, menos apegado...
Ar... Agora quando abaixar a maré, o naufrágio vai ser total... Que pena.

De: Dulce Maria (adaptada).


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Com tudo o que eu tenho e sou.

O importante é que eu amei... Eu amei com tudo o que eu tenho e sou. Se eu me decepcionei, não vejo problema nisso. Eu já sabia das conseqüências e quis arriscar. Antes eu ter me decepcionado tanto por ter arriscado, do que ter sofrido por não ter feito aquilo que tanto almejei.
Eu iluminei todo o caminho por onde eu andei; sequei os rios que eram cheios das minhas lágrimas; sonhei cada sonho que realizei... Eu fui meu próprio Sol, minhas próprias lágrimas, meus próprios sonhos... Eu fui tudo o que eu precisava.
Ah! Eu sinto que eu vou enlouquecer com o crescer incansável das emoções que atiram flechas para todos os lados em mim, de dentro pra fora! Eu sinto que vou enlouquecer com esse arder no peito que transforma paixão em amor...
Que inveja das estrelas que brilham sem parar; do Sol a iluminar mais um nascer do dia... Inveja da Lua, que em contato com teu corpo, traz ao clima tropical um lindo efeito de neve; da ave canora que cede o lugar da voz celeste ao estado humano do mais belo anjo que ousa a terra habitar...
Ah! Mas o importante é que eu amei... Eu amei a mim, a você, a nós... A NÓS. Eu amei. Eu amo. Amo as estrelas nos seus olhos; o Sol tão grandioso, iluminando seu sorriso... Amo a tua pele branca trazendo a mim a lua; a melodia da tua voz ousada, roubada do canto dos pássaros... Eu amo... Com tudo o que eu tenho e sou.


domingo, 27 de maio de 2012

- Vamos embaçar os vidros.

Fui pego pela nostalgia daquelas longas horas que me pareceram minutos ao seu lado no dia anterior.
A nossa tentativa sem sucesso de uma conversa decente, as crianças comentando sobre nós na fila do cinema e a nossa indecisão na hora de comer... Ai, como foi bom segurar a sua mão na sala escura do cinema e sentir que você estava bem ali ao meu lado... A sensação de te ter ali naquele momento só para mim foi incrível!
Eu fecho os olhos, meu amor, e sinto novamente a delicadeza dos seus lábios tocando os meus em festa! Ainda sinto o balé de nossas bocas se conhecendo e se explorando. Ainda contorno seus lábios com a minha língua, e selo a perfeição daqueles beijos recheados de calor e vontade.
Eu quero te provocar mais, me sentir mais provocado, estar junto de você outra vez, te beijar mais milhares de vezes, te abraçar e não soltar mais e me sentir envolvido por seus braços fortes de novo! Eu quero caminhar ao seu lado outra vez, olhando para todos os lados, sentir novamente os olhares atraídos para nós, simplesmente por você ser um anjo!
Eu vou te beijar, beijar, beijar e beijar até você perder o pouco oxigênio que lhe resta! Vou te empurrar pro lado de dentro do carro de novo, agarrar em você e não soltar mais! Não solte a minha cintura, não pare de falar no meu ouvido... Vamos para o banco de trás tirar as nossas roupas e nos afogar em beijos e no suor de nossos corpos! Nós vamos embaçar os vidros do carro novamente, e você vai desenhar novamente aquele coração no vidro. 
Continue a me tirar sorrisos, a mordiscar os meus lábios, morder seus lábios e a erguer a sua sobrancelha só para que eu lhe beije... Continue provocando todos os meus sentidos de uma só vez até que eu os perca. Depois me beije, me devore sem parar. Quero ser todo seu antes, durante e após o orgasmo.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

A certeza de que o Sol brilha para todos.


Eu acredito naquele sentimento tão grande que as pessoas diminuíram e deixaram de acreditar. Eu acredito que ele corre nas veias junto com o sangue. Eu não preciso cortar os pulsos para ver e crer, pois eu sinto. Sinto-o certo, como a certeza de que o Sol brilha para todos; sinto-o certo como a bonança após a mais violenta tempestade.
Quero que você saiba que lhe sinto na distância, aguardando-lhe em meu porto. Meus pensamentos não saem de você e isso lhe torna real aqui. Continuo materializando nós dois juntos e felizes; continuo torcendo para que tudo entre nós dois dê certo...
Faz frio aqui. Sinto que eu vou congelar se você ainda estiver longe. Eu preciso do seu calor e do seu corpo colado ao meu... Necessito quero que seus lábios me devorem em repetidos beijos, transbordando de paixão e ardendo em desejo e maldade, e os nossos corpos em chamas na cama, no chão, na mesa... Depois, tomar um banho com você e admirar a perfeição do seu corpo nu, branco, moldado pelos dedos de Deus cautelosamente.
Prometa que vai continuar aqui. Prometa que vai estar ao meu lado depois e vai me fazer encontrar em você um amor diferente. Por favor, me diga que há reciprocidade nesses desejos enlouquecidos por uma paixão abrasadora, pois eu preciso me sentir vivo outra vez. Ao menos outra vez.


Que me desculpem os iguais.


Precisa-se urgentemente de alguém que me tire da rotina. Procura-se alguém que fuja completamente do igual e do comum. De preferência, alguém que não seja perfeito e nem que me cobre o mesmo.
Eu cansei de sair por aí e ver tantas fisionomias diferentes com auras iguais. Eu cansei de fugir da minha intuição que sempre foi certa, por incertezas que me rasgaram o peito, confundiam a razão e me destruía o intelecto.
A verdade é que eu estou completamente enojado dessa hipocrisia da humanidade. Que nojo! Essas pessoas precisam sair por aí e usar e consumir as outras, mentindo para conseguir sexo fácil. Espere. O pior está por vir! Sabe o que é ainda mais nojento? É ver que outros sabem disso e cedem o sexo com toda a facilidade.
Quem me conhece sabe que eu nunca fui um exemplo de santidade. Fiz coisas que ao lembrar, até duvido... Mas eu tive nojo de mim mesmo a tempo de me criar um novo começo.
Que me desculpem os iguais, mas eu sinto necessidade de me tornar diferente, e espero encontrar quem me mereça assim, tão diferente...


terça-feira, 22 de maio de 2012

Um daqueles dias importunos.


Eis que hoje foi um daqueles dias importunos – normais de mais –, em que o tempo parece se arrastar. Ninguém ainda percebeu o brilho diferente em meus olhos, ninguém ainda me abraçou e nem percebeu a minha ausência e o meu afastamento.
O meu telefone ainda não tocou, ninguém me procurou – afinal, ainda não precisaram de dinheiro emprestado ou qualquer outra ajuda – e quando eu procurei, percebi a insatisfação, indiferença e a indelicadeza na voz de quem me atendeu.
Hoje, eu senti uma falta sem igual do meu irmão mais velho, e, algo me diz que há reciprocidade nisso. Eu estou sentindo necessidade de me sentir pequeno e protegido em seus braços como antes. Necessito de seu silêncio e entendimento; preciso muito de sua cumplicidade como amigo que nunca me julgou e nem machucou, apenas amou e entendeu.
Irmão – pai –, você é a minha base. Eu tive que procurar e não encontrar; precisar e não ter e sofrer para descobrir que eu sempre vou poder contar com você. É recíproco. Eu amo você.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Eu não podia chorar/ sentir medo.

A luz está acesa lá fora e penetra o meu quarto de forma atrevida pelo fino vão da porta. Eu estava morrendo de medo dos sussurros que vinham de fora, mesmo reconhecendo aquele tom feminino de mezzo-soprano e o tom masculino de barítono.
Eu puxei o edredom que aquecia somente as minhas pernas e me cobri por completo. A luz agora não me incomodava mais e o edredom fazia agora o papel de um escudo de proteção.
Eu ainda era uma criança inocente, mas carregava um medo imensurável causado por algum tipo de trauma que agora não me cabe retratar.
As vozes familiares deram lugar a outras duas vozes também conhecidas (Fátima Bernardes e William Bonner). Eu levantei, mas quando me vi envolvido pela escuridão, entrei em desespero interior. Eu não podia chorar. Papai e mamãe disseram que "homens não choram". Minhas roupas de baixo se ensoparam pelo liquido quente e amarelado, que escorreu pelas pernas, seguido de um choro preso, tentando ser engolido.
Eu chorei e a minha mãe veio ver o que estava acontecendo. Não havia acontecido nada, eu só estava com medo. Eu também não podia sentir medo. Papai e mamãe perguntavam: "Você é um homem ou um rato?". Como eu não me considerava nem um pouco repugnante, respondi que era um pesadelo, e ela acreditou. 
Desde pequeno eu fui ensinado a seguir um padrão e a viver uma doutrina que se encaixava a ele. Mas, como eu não me encaixava (encaixo), mentia (minto).


sexta-feira, 18 de maio de 2012

O giro de 360° dos ponteiros do relógio.


Ai, que medo! Medo do tempo, do espelho e da junção dos dois… Medo do relógio que mantém seu ritmo incessante. Um medo que é certo como o giro de 360° dos ponteiros do relógio e incerto como o espelho e o seu reflexo em anos luz. 
Tenho medo da pele enrugada, dos cabelos ralos e embranquecidos, da falta de firmeza nos ossos e da perda de valor para a sociedade, sendo tratando com indiferença. Tenho medo de imaginar o tempo passando correndo e de imaginar/ ver o meu reflexo. 
Não! Eu não quero amores que me consumam, mistérios que me confundam e nem excesso de doçura… Não! Eu não quero que segurem as minhas mãos, me chamem a atenção e nem que me tirem do chão! NÃO! Por favor, não acreditem! Eu estou apenas blefando… Logo tudo isso vai passar, eu sei.


Ah! Sonhos, eles devoraram vocês!


Matem todos, por favor! Cansei de desistir de todos os meus princípios por me sentir errado diante daqueles que também são falhos. 
Preparem os cemitérios e os caixões onde jazem meus sonhos. Houve uma chacina impiedosa. Todos os que não conseguiam sonhar e realizar, seguravam os meus sonhos nas mãos e os apertavam até que voltassem ao seu pó mágico. 
Oh! Sonhos, por favor, voltem! Eu preciso de vocês! Eu não quero me tornar perverso; eu não quero me tornar também um destruidor de sonhos. Ah! Sonhos, eles devoraram vocês! Por favor, voltem. Eu preciso de vocês…


Atenção! Perigo!


Atenção! Perigo! Ouvi dizer que agora as pessoas já conseguem mentir olhando em seus olhos! Elas dizem “Eu te amo” te atraem para elas, criam um personagem perfeito, mas assim que conseguem o que querem, sugam tudo o que você tem e te deixam sensíveis e vulneráveis, eliminam seus personagens e te deixam à beira do abismo. 
Por favor, não se permita cair nessa armadilha, e se cair, nem pense em se jogar do abismo. 
Amigos, as pessoas os enganaram. A mentira evoluiu, está forte e ficando imperceptível… Os cruéis conseguiram aveludá-la…


domingo, 13 de maio de 2012

Adeus, você perdeu.


A cidade estava escura, contando somente com a iluminação dos velhos refletores de luz. Eu fazia o mesmo percurso que costumava fazer, até que vi uma multidão pisando-a e gongando-a, amiga. Eu até criei asas para salvá-la. Vi todos voltando-se contra mim, e quanto mais eu queria fugir, mais me sufocavam. Eu daria a minha vida pelas pessoas que vi, mas ali, elas queriam tirá-la.
Uma mulher me abraçava com toda sua força querendo me proteger com sua vida. Não, não era o meu diamante (mãe). Era quem eu menos imaginaria estar ao meu lado.
Eles me pegaram, eles me prenderam, tentaram cortar as minhas asas. Eu fugi, e eles continuaram a correr atrás de mim. “Olha pro teu lado e vê quem te fotografa, idiota!” – eles disseram. Eu fugi novamente.
Eu gritava mendigando socorro, mas não havia ninguém que me tirasse daquela imensidão sem fim. Ninguém ouvia a minha voz. Ninguém me respondia. Enquanto cortavam as minhas asas, não havia ninguém a me tirar dali. Ninguém que se importasse.
Tiraram-me as asas e me puseram passagens para um retiro religioso nas mãos.
Adeus, você perdeu.

Agora, eu acordei me sentindo perseguido. Cansei de viver um personagem que criaram para mim. Não, a minha felicidade não importa para ninguém a quem eu tiraria o meu sorriso e daria. O relógio bate devagar. Ainda são 06h58min. Eu não sabia se eu corria e fugia; me trancava e chorava ou morria e encerrava tudo, pois em breve, o sonho se materializaria e se tornaria real.
As pessoas esquecem que enquanto apontam um dedo para mim, outro está apontando para cima e outros três para elas. Deus é justo. Eu erro, tu erras, ele erra e nós aprendemos.
Me julgue da forma que achar mais conveniente, só não queira me moldar a sua maneira. Se você não voa, não queira tirar as asas de quem voa alto.


sábado, 12 de maio de 2012

Fragmentos de Marilyn Monroe. II

Meu amor dorme ao meu lado - na luz fraca - vejo sua mandíbula máscula abrir caminho - e a boca da sua meninice retorna com uma maciez mais macia. Sua sensibilidade tremendo em quietude, seus olhos devem ter olhado com maravilhamento da caverna do menino pequeno. Ele esqueceu, mas ele aparecerá assim quando estiver morto. Oh fato inevitável, insuportável! Ainda assim melhor seria se seu amor morresse do que/ ou ele.[…]
Oh, silêncio! Você, quietude, dói minha cabeça- e estoura meus tímpanos e minha cabeça com a quietude de sons insuportáveis/ duráveis - […]
Meu sangue está pulsando com inquietação, vira sua rota na outra direção, e o mundo está dormindo. Ah, paz, preciso de você - mesmo um monstro pacífico.


Fragmentos de Marilyn Monroe. I

(Essa era a foto preferida de Marilyn Monroe) 
A vida é para ser vivida, e já que isso é comparativamente tão curto - (Talvez curto de mais - talvez longo de mais) - a única coisa que eu sei ao certo, é que não é fácil. Agora eu quero viver e me sentir de repente não velha, não preocupada com as coisas anteriores exceto me proteger - minha vida - e (rezar) desesperadamente dizer ao universo que confio nele.


Eu vou pôr uma âncora no relógio.

Mesmo sabendo que daqui a um tempo o relógio vai começar a me decepcionar, continuo aqui cobiçando a independência. Mesmo sabendo que logo o tempo vai passar mais rápido, a pele vai enrugar, os cabelos vão embranquecer... Ainda cobro uma rapidez dos ponteiros, querendo que depois eles sejam pelo menos um pouco mais vagarosos. É, eu vou pôr uma âncora no relógio e pará-lo exatamente ali nos meus cobiçados dezoito anos.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Agora eu sei voar...

Ah que vazio! Quanta solidão! Há tantas pessoas aqui ao meu redor, passando por mim... Todos me vêem, mas ninguém me enxerga...
Eu me sinto tão invisível... Eu achava que ser invisível era coisa de super herói... Sou eu um super herói ou um simples fracassado? Eu vejo todos muito felizes e eu aqui, solitário como uma lagarta em seu casulo... Ruim? Perfeito! Ela precisa disso para criar asas e tornar-se uma borboleta.
Me sinto íntimo de mim, porém, diferente de todos! Não há ninguém que me entenda, nem quem me abrace; tampouco, quem diga que está tudo bem.
Há um precipício diante de mim que me impede de atravessar o caminho. Vejo todas as pessoas a quem eu doei amor, mas ninguém se importa em edificar uma ponte entre nós; e isso me corrói como se eu estivesse em contato com ácido sulfúrico...
Eu juro, eu fecharia os meus olhos, abriria os meus braços, me lançaria nessa imensidão negra, sentiria o vento invadindo meu rosto violentamente se eu não a conhecesse bem... Se eu não soubesse que falo do meu coração... Se eu não soubesse que eu sou uma borboleta, e agora eu sei voar.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Desfile de vidas sombrias.

Eu mato um leão por dia, aturo gente hipócrita o tempo todo, ouço desaforo calado, vejo gente estragando a própria imagem para chamar a atenção, vejo o mesmo desfile de vidas sombrias e inebriadas de fracasso todos os dias, o certo ser trocado pelo duvidoso, o triunfo dos perversos, a queda dos justos, perda de fé por tentativas sem sucesso... Mas ainda enxergo uma pequena chama de fé acesa. Onde há fé, há esperança, e a esperança é a última que morre.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Momentos fragmentados.

A chuva caia lá fora lavando a cidade; minhas lágrimas caiam em meu quarto, lavando meus olhos e coração. O vento soprava gélido, e seus sopros no silêncio, pareciam criar vozes distorcidas. Estava tudo muito vazio; quarto, mente, coração, cama... Eu abraçava meu travesseiro tentando eliminar a solidão desse vazio, mas haviam pequenos momentos fragmentados, dançando em algum canto do meu cérebro, onde ficam as memórias. Fotografias, palavras, cartas, promessas... Ainda estava tudo guardado no mesmo lugar, e eu ainda necessitava muito disso. Sua voz ecoava em meus tímpanos como música de fundo; era tudo o que me mantinha conectado a esse mundo. A ferida não cicatrizava; as lembranças estavam lá, e eu ainda bancando o bobo, abraçando o travesseiro, fazendo de conta que ele ia te substituir. Não ia. Ainda doía, e eu tinha que me acostumar. Enquanto isso, eu trazia a chuva para o meu quarto; sofria calado, eliminando as lágrimas que se tornavam agulhas, alfinetando os meus olhos e caindo dolorosamente. Eu trazia as nuvens, a neblina e me juntava a solidão de um dia cinzento. A chama permanecia acesa enquanto o coração se encolhia de dor, se contraindo facilmente como algo frágil. Era incrível, pois quando eu saía desse estado tão particular, em meu rosto se encontrava um falso sorriso que ninguém nunca se esforçou a analisá-lo e torná-lo verdadeiro. Quanto mais eu lutava para continuar vivendo, menos motivos encontrava para isso. Todos estavam próximos, mas ao mesmo tempo, parecia que um sistema solar inteiro nos separava. Todos estavam presentes em corpos, mas ausentes em sentimentos. Onde estavam aqueles que disseram que nunca me abandonariam? Boa pergunta. Procurei e não encontrei, mas agora já está tudo bem.


9090 antes dos dígitos.

Eu deitei a minha cabeça no travesseiro. Virei, revirei, meus olhos fechavam, mas não conseguia apagar as cenas em que você era o vilão. Eu precisava ouvir sua voz para dormir em paz, mas não podia. Meu corpo precisava liberar endorfina. Pensei em cortar os pulsos, mas não tive forças. Pedi a Deus que me mandasse um sinal, que aliviasse essa dor e tudo o que consegui fazer, foi pegar o telefone e discar o número que já sabia de cor. 9090 antes dos dígitos. — Me desculpe amiga, mas eu preciso de você. — Lágrimas, soluços, tremores. — Perdoe-me atrapalhar seu sono, mas essa dor não quer passar. — Pausa. — Tudo bem, eu estou aqui para o que você precisar. — Tudo o que eu precisava ouvir. É. — Sabe quando você é pequeno e pensa que realmente foi o Papai Noel que deixou seus presentes debaixo da árvore de Natal, e acredita que realmente o Coelhinho da Páscoa que lhe trouxe os chocolates, e depois cresce e descobre que eles não existem, e seus pais alimentaram essas mentiras, tornando-o tão ingênuo e idiota? A decepção é grande, não é? Pois bem, estou de mal com o mundo, de mal com as pessoas e comigo. O amor não existe. Existe sim, o amor por si próprio, de mãe para filho, mas não amor de uma pessoa para outra. Eu acreditava que existia, e agora, me sinto sujo e burro. Mas por que meu coração ainda bate tão forte? Por que sinto minha respiração tão desesperada? Não existe amor, eu sei. Agora sei. Eu acreditava. Eu sentia. Me ardia nas veias, no peito, no coração. O mundo é cruel, as pessoas são cruéis, e o meu coração não tem culpa. Será mesmo muita inocência acreditar? Seria de mais? Ai, que dor! No espírito, na carne, no coração... Que dor! Parece cortar a minha alma. A decepção é grande, mas não maior que essa dor. Já tentou contar as gotas do pacífico? Bem, então as multiplique por cinqüenta. É esse o tamanho da minha dor. Dói tanto que não consigo chorar. — Cuidado com o que você vai fazer. Não pense que você vai acabar com sua dor. Você vai acabar com a história de um homem que sempre foi forte, e que não pode fraquejar assim tão facilmente. — Será verdade? — A dor uma hora passa, mas muito tempo pode ser de mais. Preciso desligar. Está doendo muito. Boa noite. — Silêncio. Ligação encerrada. Estou vivo. Quase vivo. O mundo continua em movimento, as pessoas continuam sorrindo e suas mentiras continuam no ar. Meu mundo naufragou. Era grande, forte, belo... Era um Titanic, mas, assim como ele, foi parar nas profundezas do oceano. Oh, mas quanto pessimismo, não? Não. É a realidade. As pessoas só nos amam até que entregamos o que elas querem, e depois... Depois elas alimentam umas mentiras, dizem mentiras, e quando aparece um rosto mais bonito, elas não querem nem mais saber de tudo o que você proporcionou um dia. Como diz uma frase que li certa vez: “Até a bateria do meu celular dura mais que o ‘amor eterno’ de alguns.”. Eu não queria, mas vou ter que dar meu show. Champanhe, veneno, máscaras ao chão, glamour e um pouco mais de veneno com aquele sorriso no rosto.


Zumbi; humano...

É pela simetria dos meus passos repetidos e cansados, que viver se tornou normal. Sem objetivos, sem metas... Comer, beber, dormir e respirar... Zumbi; humano... Tanto faz, só sei que sigo uma rotina infeliz. Minhas certezas agora, tão pouco são certas; minhas palavras, tão pouco fazem algum sentido... Ainda vivo, pois viver é normal, assim como respirar, e hoje, o ar que eu respiro, o chão que eu piso, são minhas únicas certezas de qualquer coisa que exista.

- Desabafo.

Quero colo, carinho, proteção... Um beijo do nada, narizes batendo numa tentativa sem sucesso de um beijo desprevenido, risos, gargalhadas, um bom filme ao seu lado... Aquela nossa música de fundo, que escolhemos pra nós, para os nossos momentos, para lembrarmos um do outro quando não pudermos ouvir a voz um do outro. Quero você aqui comigo, selando mais um capítulo da nossa história... Mas ainda falta algo... Falta um personagem. Alguém para ficar do outro lado, para realizar e criar coisas novas. Não para mim, mas para NÓS.

domingo, 1 de abril de 2012

- Choro antes de sofrer.

Eu sinto antes de acontecer, choro antes de sofrer e não sei explicar essa minha ligação com o mundo. Estamos conectados, e não sei até aonde isso é bom. É difícil ter sensibilidade às radiações de energias... Sei o que sentem sem que me digam, e por instinto, me preocupo demasiado, absorvendo também para mim boa parte dessas emoções. As palavras saem da minha boca sem que eu perceba. Eu conforto. Mas e quando o caos da tormenta está sobre mim, onde está quem perceba as minhas dores? Onde está quem perceba minha angústia e aflição? Não faço nada a troco de nada, mas é um banho de água fria dar sem receber.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Como o primeiro beijo.

Tudo o que restou foi um sorriso. Um sorriso que esconde uma lágrima. Uma lágrima que lhe afogaria se você realmente se importasse. Não tenho mais os braços que abraçavam minha cintura; não tenho mais a voz que falava ao meu ouvido palavras doces, palavras quentes; não tenho mais os lábios macios que conheciam as curvas do meu corpo, como o pescador que conhece a maré; não tenho mais os beijos que sempre me impressionavam meio à distração. Na verdade não restou somente o sorriso... Ainda ouço também os ecos de nossas risadas, das nossas discussões, dos nossos gemidos e grunhidos. A risada mais linda e infantil que eu já ouvi; o eco dos momentos mais lindos que eu vivi; o sorriso mais radiante, que mais me tirava o fôlego. Sim, o sorriso torto, bobo; a risada mais gostosa do meu mundo; o olhar de "Gato de Botas do Shrek" querendo mais e mais. Insaciável. Sinto falta dos seus beijos, dos seus abraços, do seu conforto, do seu colo; sinto falta da parceria, da amizade, da força que nos unia de forma diferente; sinto falta de como tudo era antes. Antes de você dividir um em dois. Não sei se ainda estarei aqui quando você se arrepender, ou não do mesmo jeito que você deixou. Um bobo, apaixonado, dependente de você... Talvez até lá eu tenha amadurecido; talvez até lá você não me cause as mesmas sensações; talvez você não passe de um pretérito. Um pretérito imperfeito, esquecido na escuridão dessas palavras dolorosas. Talvez até lá, eu tenha crescido; tenha aberto mão de tudo o que deixei com você; tenha encontrado em mim mesmo um motivo pra sorrir. Sorrir. Sempre. Desde quando te vi, quando você me deixou, até encontrar outro alguém, perder esse alguém, até o último dia de vida útil que carrego, pois meu sorriso, é tudo o que eu tenho. Meu anjo, acredite, se você voltar, ainda estarei com aquele mesmo sorriso esperançoso de moleque travesso, esperando os beijos nos lábios mais cheios de desejo... Como o primeiro sorriso, como o primeiro beijo.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Eu sou para sempre.

Algumas pessoas se sentem satisfeitas em ser passatempos. Não veem problema algum em ter suas polpas consumidas e os bagaços cuspidos. Eu quero mais. Tenho sentimentos demais para ser limitado em rótulos. Tenho potencial demais para ser resumido em denominações fúteis. Carrego o fardo de responsabilidade das minhas escolhas, e não da forma com que outras pessoas são afetadas e lidam com isso. Eu sou pra uma vida toda. Eu sou para sempre. Algumas pessoas podem não encontrar o mínimo valor em quem sou, mas tenho consciência de que quanto mais eu me valorizo, menos as opiniões alheias me afetam. Eu me amo de mais para permitir que as controvérsias desse mundo insano influenciem na formação dos meus valores, por que no fundo, ninguém sabe nem o que é melhor pra si, que dirá pra mim que sou cheio de sonhos e planos a realizar.


quarta-feira, 7 de março de 2012

Continuarei lhe sentindo aqui.

Eis aqui a faca que cortou a minha a alma: você. A dor me consome e me impede de abrir os olhos mais uma vez. Eu sei que você se foi, eu aceito sua ida, mas achei covardia você seguir após prometer nunca me deixar, que quando eu olhasse ao meu lado poderia lhe encontrar. Tudo bem se você se for e se manter distante, por que continuarei lhe sentindo aqui. Eu ainda te amo e isso te mantém comigo, no meu coração.


Necessita-se urgentemente de alguém.

Você nunca vai entender meu coração quando até eu fico confuso com as misturas de sentimentos que perfuram meu peito como milhares de vergalhões... Às vezes nem sei mais se esfriei, ou se é apenas meu mecanismo de defesa entrando em ação outra vez. Eu adoraria me entender, adoraria que me entendessem, mas isso só será possível após uma reorganização de sentimentos. Necessita-se urgentemente de alguém. Alguém que substitua alguns sentimentos para acelerar essa reorganização. Melhor que isso! Para realizar uma reinicialização nesse coração que já pulsa cansado, após ter sido atingido por tantos vírus. Esses vírus que foram deixados por todos que se aproximaram sem a real intenção de amar.