No vai e vem das ondas, ouço o chiado do seu
coração. No alto das pedras do arpoador, a paz. O vento faz música, e os
pássaros improvisam um balé no céu, seguindo o sopro do vento. A serenidade que
carregas, me traz festa ao coração.
Na linha tênue do horizonte, há a cor do céu caindo
em dégradé. A luz parece vir do teu sorriso esbranquiçado. Os teus olhos verdes
fixos em mim, me engolem. Venha a mim e permaneça por um instante. Deixe o
choque dos nossos lábios falar pelo silêncio...
Não me deixes a ver navios. Ah! Não me deixes
abraçar o mar! Sê tu o canto e o encanto que me põe a pecar. Sou eu, em tuas
mãos, o dente-de-leão, que no sopro dos lábios teus, se põe livre a desenhar o
céu. Somos nós, juntos, o pecado carnal da luxúria. Somos o fogo interminável
do Sol. Somos nós, juntos, dois humanos pecadores que dão origem a outro
pecado. Somos nós, o pecado do amor, o mistério da paixão.
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