Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dor.


Dor quem sabe da ausência de alguém que DEVERIA estar aqui; dor quem sabe de uma queda recentemente recuperada; dor física, ou até mesmo dor psicológica. Dor quem sabe de uma perda, ou algo do tipo. Perda de um amor, de uma amizade, de um familiar, de um ser querido, de um animal, talvez. Dor abandone-me de uma vez, deixe-me em paz. Já não aguento o fato de dormir tendo-te dominando-me, acordar ao teu lado e ver que tu permaneces aqui a cada minuto, a cada instante. Doses homeopáticas, sofridas e lentas... Doses de um passado que persegue-me até o presente. Preciso de doses homeopáticas de morfina, tornando-me imune por minutos incontáveis e indecifráveis, mas o suficiente para deixar-me livre de toda essa dor. Retira-te de uma vez, deixe-me viver em paz, não me persigas; não me prendas nunca mais a ti. Decidi por fim enterrar-te e pôr-te em seu devido lugar. Não tornes a se aproximar; encaminhe-se desta vez para onde realmente deverias estar (ao lado de quem realmente mereça). Já provei por muitas vezes da tua realidade, e agora estou vacinado, forte o bastante para ordenar-te a nunca mais voltar.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A última gota d'água.

Queria ser a última gota d'água, o último soprar do vento, a última folha a cair, a última chama de fogo a se consumir, o último grão de terra que sobrar, a última porta a fechar... Queria ser de tudo um pouco, e saber aproveitar. Queria ser a última pessoa a te tocar, o último raio de sol a te iluminar, o último a estar contigo diante do luar, a chuva que cai sobre a tua pele, a pessoa que você jamais esquece, viver a eternidade pra poder te amar. Queria ser aquele que te faz sentir frio na barriga, aquele que te faz sorrir, aquele que te faz tremer, que faz seus músculos se contraírem, aquele que você dá tapinhas quando te deixa sem graça, que você ri quando não tem graça, aquele que você chama ao fechar os olhos e dormir. Queria ser o solo que você pisa, a razão do teu falar, o teu mais lindo sonho, o teu sonho encantado a razão do teu viver. Queria simplesmente acordar de ti e voltar para a realidade. Queria apenas amar e ser amado; queria apenas dar e receber carinho; queria apenas sair dessa solidão e quem sabe, ser feliz.

Autor: José Gabriel