Às vezes eu ainda derramo
lágrimas por lembranças e ânsias... Estranho é quando eu sorrio para
escondê-las e me seco, como se todos tivessem culpa pelas minhas lágrimas.
Às vezes eu ainda volto ao pó
para renascer das cinzas. Eu morro, renasço, me altero, renovo... Estranho é
quando eu ainda estou na monotonia e continuo sendo muito igual.
Às vezes eu sou um humano... Estranho é quando eu me torno um fantasma rondando vidas escuras,
cabeças vazias e corações congelados.
Lágrimas, liberem-se em cascatas
por essa extensão e esvaziem-me. Cinzas, tragam-me uma nova moldura e
transformem-me...
Ah vidas, recebam de volta a luz! Corações, onde estão seus
calores flamejantes? Levantem-se! Não percam suas grandezas! Reajam diante de
tudo e mostrem o cintilar de suas purezas.
Não, eu ainda não perdi a fé.