Sentimentos & Futilidades

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terça-feira, 5 de junho de 2012

No canto do rouxinol.


Alguns anos se passaram desde que você se foi, mas sinto que a vida lhe traz de volta no canto do rouxinol; na dança dos galhos sacudidos pelo sopro divino; no Sol que caminha vagarosamente do leste até dormir na calmaria do fim de tarde, no lado oeste da imensidão do mar, daqui, de onde eu observo.
Sinto-lhe no ar que invade as minhas narinas, sendo filtrado pelos mesmos pulmões cansados pelo contínuo trabalho incansável; sinto-lhe na firmeza deste chão agredido por meus pés violentos e brutos, que parece se abrir quando lembro-me de ti; sinto-lhe no palpitar do coração que ainda se excita ao ver-lhe em minhas lembranças... Ainda lhe sinto aqui...
A chuva ainda cai do lado de fora... Que inveja eu tenho das nuvens! Elas se enchem, e quando mostram sua fúria, não há quem as encare! Eu quero ter essa facilidade para liberar essa tempestade que cria uma confusão em mim...
Você se foi, mas eu ainda lhe sinto aqui, na luz que vejo com uma voz de fundo que diz: “Vá para a luz, espírito! Continue vagando ao encontro de quem tu verdadeiramente amas!”, com o chão sumindo sob os meus pés com um ritmo acelerado; com o ar parando de me invadir; com o coração perdendo o ritmo até parar... Mas com a imagem fugindo das minhas lembranças e se tornando real, com o Paraíso de cenário, e nós dois como protagonistas outra vez... Agora sim, eu verdadeiramente lhe sinto aqui.


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