Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sem nada significar

Hei de andar por caminhos infinitos de consequências eternas de chamas ou calmarias. Ah, nesses caminhos, quantos amigos encontrei, quantos tive de deixar, quantos tive de cativar... Sei que não estou só, tampouco a solidão há de consumir meu coração (agora vazio), mas bater de frente com a vida é pedir para cair.
Sinto-me estranhamente invisível. É como se para alguns eu nunca estivesse ali. É como se para alguns toda a minha entrega não fosse válida e eu hei de sofrer por parcelas. Parcelas longas, que cobram muito do pouco que tenho e que me enfurecem por simplesmente existir.
Existir: “Ter existência real; ser, haver. Viver, estar. Subsistir, durar” de acordo com o dicionário Aurélio. Daí minha certeza de invisibilidade e a minha raiva do “tic tac” do relógio que não cessa seus estalos e exibe a certeza de um tempo que não se detém. Exibe a certeza dessas ideias embaralhadas na minha cabeça e que tanto sente meu coração. A certeza de que em segundos passados, havia dor, e no segundo presente, a certeza de que aprendi com ela.
Invisível: “Que não se pode ver, ou de que não se tem conhecimento”. Esse sou eu a vagar, com olhos atentos, sorrisos costurados e ardor dobrado da consciência de simplesmente existir, sem nada significar.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Meu eu superficial.


Tenho regado a terra com minhas lágrimas doídas, mas já tiro proveito disso. Tenho contemplado a beleza e o crescer de uma planta com raízes fundas e firmes que seguram a terra com força.
Nunca me imaginei, diante de tantas dores, peneirando meus sentimentos e encontrando belezas em coisas tão boas que uma dor pode carregar. Tenho olhado ao meu redor, tantos e tantas rastejando-se e lamentando suas dificuldades, sem apoio e força, e vejo consolo nisso. Sei que minhas dores não são as maiores, nem tampouco, minhas dificuldades as piores. Outrora era eu um desses, mendigando apoio, ombro amigo e atenção.
Agora me vejo como Davi, que era um pequenino diante de um gigante, mas que olhando-o de cabeça erguida, não se intimidou e o enfrentou sem medo. Acho que estou em constante amadurecimento, sabe? Acho que ainda em minha pequenez, não tenho temido ao maior dos penhascos. Acho que estou forte de verdade. Acho que os outros ainda têm visto muito o meu eu superficial. Enxergando a casca, entende? Ah, se soubessem o infinito que há por dentro de mim... Ah, se soubessem a grandeza que cabe num frasco tão pequeno... Seria mesmo muito diferente do que é agora.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Por que tenho feito isso comigo?


Trocando o dia pela noite, tenho explorado coisas que me machucam o peito. Eu nem tenho me dado o trabalho de forçar um sorriso para parecer estar bem. Assim, me peguei outra vez com aquele bolo na garganta, milhares de coisas me perturbando a mente e o coração acelerado. Me peguei confuso, ou quem sabe, inconformado com algumas situações tão fúteis, que já acho que estou banalizando demais meus sentimentos.
Quem eu sou? Aonde vou? Por que vou? Com quem vou? Como vou? Onde estou? Como estou? Onde? Quando? Como? Por quê? Droga! Por que tenho feito isso comigo? De repente, meu reflexo não tem significado nada, e as minhas expressões continuam as mesmas diante do espelho: mancha negra ao redor dos olhos, lábios em linha reta, olhar triste, sobrancelhas arqueadas e o mesmo garoto que insiste em mudar as notas de uma música sem melodia, parada no "dó". Não me culpe, sou uma criança aprendendo a viver.