Sentimentos & Futilidades

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domingo, 13 de maio de 2012

Adeus, você perdeu.


A cidade estava escura, contando somente com a iluminação dos velhos refletores de luz. Eu fazia o mesmo percurso que costumava fazer, até que vi uma multidão pisando-a e gongando-a, amiga. Eu até criei asas para salvá-la. Vi todos voltando-se contra mim, e quanto mais eu queria fugir, mais me sufocavam. Eu daria a minha vida pelas pessoas que vi, mas ali, elas queriam tirá-la.
Uma mulher me abraçava com toda sua força querendo me proteger com sua vida. Não, não era o meu diamante (mãe). Era quem eu menos imaginaria estar ao meu lado.
Eles me pegaram, eles me prenderam, tentaram cortar as minhas asas. Eu fugi, e eles continuaram a correr atrás de mim. “Olha pro teu lado e vê quem te fotografa, idiota!” – eles disseram. Eu fugi novamente.
Eu gritava mendigando socorro, mas não havia ninguém que me tirasse daquela imensidão sem fim. Ninguém ouvia a minha voz. Ninguém me respondia. Enquanto cortavam as minhas asas, não havia ninguém a me tirar dali. Ninguém que se importasse.
Tiraram-me as asas e me puseram passagens para um retiro religioso nas mãos.
Adeus, você perdeu.

Agora, eu acordei me sentindo perseguido. Cansei de viver um personagem que criaram para mim. Não, a minha felicidade não importa para ninguém a quem eu tiraria o meu sorriso e daria. O relógio bate devagar. Ainda são 06h58min. Eu não sabia se eu corria e fugia; me trancava e chorava ou morria e encerrava tudo, pois em breve, o sonho se materializaria e se tornaria real.
As pessoas esquecem que enquanto apontam um dedo para mim, outro está apontando para cima e outros três para elas. Deus é justo. Eu erro, tu erras, ele erra e nós aprendemos.
Me julgue da forma que achar mais conveniente, só não queira me moldar a sua maneira. Se você não voa, não queira tirar as asas de quem voa alto.


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