É esquisita essa minha posição no mundo. Sentir que
qualquer coisa que eu faça possa feri-lo. É bizarra essa consequência de um
golpe tão forte de contra ataque que ele impregna. Essa sensação de que tudo se
encerra na linha de chegada, a ver que ainda há um longo caminho desconhecido à
frente. Saber que se já não bastasse o mundo de injusto, ainda há a faca da
mentira que machuca dos dois lados. Que alienado!
Não quero mais ser o cônjuge que não chora. Engolir o choro e fingir que nada aconteceu, é como engolir ácido sulfúrico. Não basta ser forte por fora!
Careço de uma força interior! Chega
dessa batalha que intercala entre o “lobo” que quer se libertar e o “cordeiro” sutil
e sem expressão. Para mim já basta!
Eu já não caibo dentro de mim. Não me considero
mais culpado pela insanidade do monstro que se mostra de dentro para fora em
mim. Dormir é um marasmo. Acordar é um pesadelo. Tentar soltar a represa de
lágrimas é tão dolente quanto qualquer apatia do corpo. Só o que me resta é a
vontade de passar pela peneira da vida e chegar ao vale da morte. E eu não sei até quando isso permanecerá no mundo das ideias. Não sei quando isso se fará real, para a paz do meu espírito que não vaga em simetria ao meu corpo desgastado e cansado de tantos conflitos particulares e azedos.
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