Ar, nesta
lenta tarde de verão, sua lembrança é uma foto cinza, que com as horas vão se
apagando... É difícil desenhar seus traços meio dia depois de partir.
Ar, se seus
olhos são um tanto negros; se os dentes feitos de hortelã... Não me lembro das
suas sobrancelhas, nem sequer posso falar apenas de outra coisa que não seja a
dor.
A mente
quando abaixa a maré, por puro instinto de conservação, sim, tenta me curar de
pouco a pouco, deixando atrás os passos de amor.
A mente
quando abaixa a maré, mostrando a estrutura da minha dor, ativa um mecanismo de
defesa, para que não afogue o coração.
Ar... Me
falta o ar, sim! Nesta lenta tarde de verão... Não posso descrever você! Sua
lembrança é uma foto cinza... Apenas de perfil! Que com as horas vão se
apagando... Oh não!
Ar... Eu
tento desenhar! Não consigo, Quase já não posso... Por muito mais que eu tente!
É difícil de reconhecer... Por tudo o que eu amo! Me deixe menos, menos
apegado...
Ar... Agora
quando abaixar a maré, o naufrágio vai ser total... Que pena.
De: Dulce Maria (adaptada).
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