Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

domingo, 27 de maio de 2012

- Vamos embaçar os vidros.

Fui pego pela nostalgia daquelas longas horas que me pareceram minutos ao seu lado no dia anterior.
A nossa tentativa sem sucesso de uma conversa decente, as crianças comentando sobre nós na fila do cinema e a nossa indecisão na hora de comer... Ai, como foi bom segurar a sua mão na sala escura do cinema e sentir que você estava bem ali ao meu lado... A sensação de te ter ali naquele momento só para mim foi incrível!
Eu fecho os olhos, meu amor, e sinto novamente a delicadeza dos seus lábios tocando os meus em festa! Ainda sinto o balé de nossas bocas se conhecendo e se explorando. Ainda contorno seus lábios com a minha língua, e selo a perfeição daqueles beijos recheados de calor e vontade.
Eu quero te provocar mais, me sentir mais provocado, estar junto de você outra vez, te beijar mais milhares de vezes, te abraçar e não soltar mais e me sentir envolvido por seus braços fortes de novo! Eu quero caminhar ao seu lado outra vez, olhando para todos os lados, sentir novamente os olhares atraídos para nós, simplesmente por você ser um anjo!
Eu vou te beijar, beijar, beijar e beijar até você perder o pouco oxigênio que lhe resta! Vou te empurrar pro lado de dentro do carro de novo, agarrar em você e não soltar mais! Não solte a minha cintura, não pare de falar no meu ouvido... Vamos para o banco de trás tirar as nossas roupas e nos afogar em beijos e no suor de nossos corpos! Nós vamos embaçar os vidros do carro novamente, e você vai desenhar novamente aquele coração no vidro. 
Continue a me tirar sorrisos, a mordiscar os meus lábios, morder seus lábios e a erguer a sua sobrancelha só para que eu lhe beije... Continue provocando todos os meus sentidos de uma só vez até que eu os perca. Depois me beije, me devore sem parar. Quero ser todo seu antes, durante e após o orgasmo.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

A certeza de que o Sol brilha para todos.


Eu acredito naquele sentimento tão grande que as pessoas diminuíram e deixaram de acreditar. Eu acredito que ele corre nas veias junto com o sangue. Eu não preciso cortar os pulsos para ver e crer, pois eu sinto. Sinto-o certo, como a certeza de que o Sol brilha para todos; sinto-o certo como a bonança após a mais violenta tempestade.
Quero que você saiba que lhe sinto na distância, aguardando-lhe em meu porto. Meus pensamentos não saem de você e isso lhe torna real aqui. Continuo materializando nós dois juntos e felizes; continuo torcendo para que tudo entre nós dois dê certo...
Faz frio aqui. Sinto que eu vou congelar se você ainda estiver longe. Eu preciso do seu calor e do seu corpo colado ao meu... Necessito quero que seus lábios me devorem em repetidos beijos, transbordando de paixão e ardendo em desejo e maldade, e os nossos corpos em chamas na cama, no chão, na mesa... Depois, tomar um banho com você e admirar a perfeição do seu corpo nu, branco, moldado pelos dedos de Deus cautelosamente.
Prometa que vai continuar aqui. Prometa que vai estar ao meu lado depois e vai me fazer encontrar em você um amor diferente. Por favor, me diga que há reciprocidade nesses desejos enlouquecidos por uma paixão abrasadora, pois eu preciso me sentir vivo outra vez. Ao menos outra vez.


Que me desculpem os iguais.


Precisa-se urgentemente de alguém que me tire da rotina. Procura-se alguém que fuja completamente do igual e do comum. De preferência, alguém que não seja perfeito e nem que me cobre o mesmo.
Eu cansei de sair por aí e ver tantas fisionomias diferentes com auras iguais. Eu cansei de fugir da minha intuição que sempre foi certa, por incertezas que me rasgaram o peito, confundiam a razão e me destruía o intelecto.
A verdade é que eu estou completamente enojado dessa hipocrisia da humanidade. Que nojo! Essas pessoas precisam sair por aí e usar e consumir as outras, mentindo para conseguir sexo fácil. Espere. O pior está por vir! Sabe o que é ainda mais nojento? É ver que outros sabem disso e cedem o sexo com toda a facilidade.
Quem me conhece sabe que eu nunca fui um exemplo de santidade. Fiz coisas que ao lembrar, até duvido... Mas eu tive nojo de mim mesmo a tempo de me criar um novo começo.
Que me desculpem os iguais, mas eu sinto necessidade de me tornar diferente, e espero encontrar quem me mereça assim, tão diferente...


terça-feira, 22 de maio de 2012

Um daqueles dias importunos.


Eis que hoje foi um daqueles dias importunos – normais de mais –, em que o tempo parece se arrastar. Ninguém ainda percebeu o brilho diferente em meus olhos, ninguém ainda me abraçou e nem percebeu a minha ausência e o meu afastamento.
O meu telefone ainda não tocou, ninguém me procurou – afinal, ainda não precisaram de dinheiro emprestado ou qualquer outra ajuda – e quando eu procurei, percebi a insatisfação, indiferença e a indelicadeza na voz de quem me atendeu.
Hoje, eu senti uma falta sem igual do meu irmão mais velho, e, algo me diz que há reciprocidade nisso. Eu estou sentindo necessidade de me sentir pequeno e protegido em seus braços como antes. Necessito de seu silêncio e entendimento; preciso muito de sua cumplicidade como amigo que nunca me julgou e nem machucou, apenas amou e entendeu.
Irmão – pai –, você é a minha base. Eu tive que procurar e não encontrar; precisar e não ter e sofrer para descobrir que eu sempre vou poder contar com você. É recíproco. Eu amo você.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Eu não podia chorar/ sentir medo.

A luz está acesa lá fora e penetra o meu quarto de forma atrevida pelo fino vão da porta. Eu estava morrendo de medo dos sussurros que vinham de fora, mesmo reconhecendo aquele tom feminino de mezzo-soprano e o tom masculino de barítono.
Eu puxei o edredom que aquecia somente as minhas pernas e me cobri por completo. A luz agora não me incomodava mais e o edredom fazia agora o papel de um escudo de proteção.
Eu ainda era uma criança inocente, mas carregava um medo imensurável causado por algum tipo de trauma que agora não me cabe retratar.
As vozes familiares deram lugar a outras duas vozes também conhecidas (Fátima Bernardes e William Bonner). Eu levantei, mas quando me vi envolvido pela escuridão, entrei em desespero interior. Eu não podia chorar. Papai e mamãe disseram que "homens não choram". Minhas roupas de baixo se ensoparam pelo liquido quente e amarelado, que escorreu pelas pernas, seguido de um choro preso, tentando ser engolido.
Eu chorei e a minha mãe veio ver o que estava acontecendo. Não havia acontecido nada, eu só estava com medo. Eu também não podia sentir medo. Papai e mamãe perguntavam: "Você é um homem ou um rato?". Como eu não me considerava nem um pouco repugnante, respondi que era um pesadelo, e ela acreditou. 
Desde pequeno eu fui ensinado a seguir um padrão e a viver uma doutrina que se encaixava a ele. Mas, como eu não me encaixava (encaixo), mentia (minto).


sexta-feira, 18 de maio de 2012

O giro de 360° dos ponteiros do relógio.


Ai, que medo! Medo do tempo, do espelho e da junção dos dois… Medo do relógio que mantém seu ritmo incessante. Um medo que é certo como o giro de 360° dos ponteiros do relógio e incerto como o espelho e o seu reflexo em anos luz. 
Tenho medo da pele enrugada, dos cabelos ralos e embranquecidos, da falta de firmeza nos ossos e da perda de valor para a sociedade, sendo tratando com indiferença. Tenho medo de imaginar o tempo passando correndo e de imaginar/ ver o meu reflexo. 
Não! Eu não quero amores que me consumam, mistérios que me confundam e nem excesso de doçura… Não! Eu não quero que segurem as minhas mãos, me chamem a atenção e nem que me tirem do chão! NÃO! Por favor, não acreditem! Eu estou apenas blefando… Logo tudo isso vai passar, eu sei.


Ah! Sonhos, eles devoraram vocês!


Matem todos, por favor! Cansei de desistir de todos os meus princípios por me sentir errado diante daqueles que também são falhos. 
Preparem os cemitérios e os caixões onde jazem meus sonhos. Houve uma chacina impiedosa. Todos os que não conseguiam sonhar e realizar, seguravam os meus sonhos nas mãos e os apertavam até que voltassem ao seu pó mágico. 
Oh! Sonhos, por favor, voltem! Eu preciso de vocês! Eu não quero me tornar perverso; eu não quero me tornar também um destruidor de sonhos. Ah! Sonhos, eles devoraram vocês! Por favor, voltem. Eu preciso de vocês…


Atenção! Perigo!


Atenção! Perigo! Ouvi dizer que agora as pessoas já conseguem mentir olhando em seus olhos! Elas dizem “Eu te amo” te atraem para elas, criam um personagem perfeito, mas assim que conseguem o que querem, sugam tudo o que você tem e te deixam sensíveis e vulneráveis, eliminam seus personagens e te deixam à beira do abismo. 
Por favor, não se permita cair nessa armadilha, e se cair, nem pense em se jogar do abismo. 
Amigos, as pessoas os enganaram. A mentira evoluiu, está forte e ficando imperceptível… Os cruéis conseguiram aveludá-la…


domingo, 13 de maio de 2012

Adeus, você perdeu.


A cidade estava escura, contando somente com a iluminação dos velhos refletores de luz. Eu fazia o mesmo percurso que costumava fazer, até que vi uma multidão pisando-a e gongando-a, amiga. Eu até criei asas para salvá-la. Vi todos voltando-se contra mim, e quanto mais eu queria fugir, mais me sufocavam. Eu daria a minha vida pelas pessoas que vi, mas ali, elas queriam tirá-la.
Uma mulher me abraçava com toda sua força querendo me proteger com sua vida. Não, não era o meu diamante (mãe). Era quem eu menos imaginaria estar ao meu lado.
Eles me pegaram, eles me prenderam, tentaram cortar as minhas asas. Eu fugi, e eles continuaram a correr atrás de mim. “Olha pro teu lado e vê quem te fotografa, idiota!” – eles disseram. Eu fugi novamente.
Eu gritava mendigando socorro, mas não havia ninguém que me tirasse daquela imensidão sem fim. Ninguém ouvia a minha voz. Ninguém me respondia. Enquanto cortavam as minhas asas, não havia ninguém a me tirar dali. Ninguém que se importasse.
Tiraram-me as asas e me puseram passagens para um retiro religioso nas mãos.
Adeus, você perdeu.

Agora, eu acordei me sentindo perseguido. Cansei de viver um personagem que criaram para mim. Não, a minha felicidade não importa para ninguém a quem eu tiraria o meu sorriso e daria. O relógio bate devagar. Ainda são 06h58min. Eu não sabia se eu corria e fugia; me trancava e chorava ou morria e encerrava tudo, pois em breve, o sonho se materializaria e se tornaria real.
As pessoas esquecem que enquanto apontam um dedo para mim, outro está apontando para cima e outros três para elas. Deus é justo. Eu erro, tu erras, ele erra e nós aprendemos.
Me julgue da forma que achar mais conveniente, só não queira me moldar a sua maneira. Se você não voa, não queira tirar as asas de quem voa alto.


sábado, 12 de maio de 2012

Fragmentos de Marilyn Monroe. II

Meu amor dorme ao meu lado - na luz fraca - vejo sua mandíbula máscula abrir caminho - e a boca da sua meninice retorna com uma maciez mais macia. Sua sensibilidade tremendo em quietude, seus olhos devem ter olhado com maravilhamento da caverna do menino pequeno. Ele esqueceu, mas ele aparecerá assim quando estiver morto. Oh fato inevitável, insuportável! Ainda assim melhor seria se seu amor morresse do que/ ou ele.[…]
Oh, silêncio! Você, quietude, dói minha cabeça- e estoura meus tímpanos e minha cabeça com a quietude de sons insuportáveis/ duráveis - […]
Meu sangue está pulsando com inquietação, vira sua rota na outra direção, e o mundo está dormindo. Ah, paz, preciso de você - mesmo um monstro pacífico.


Fragmentos de Marilyn Monroe. I

(Essa era a foto preferida de Marilyn Monroe) 
A vida é para ser vivida, e já que isso é comparativamente tão curto - (Talvez curto de mais - talvez longo de mais) - a única coisa que eu sei ao certo, é que não é fácil. Agora eu quero viver e me sentir de repente não velha, não preocupada com as coisas anteriores exceto me proteger - minha vida - e (rezar) desesperadamente dizer ao universo que confio nele.


Eu vou pôr uma âncora no relógio.

Mesmo sabendo que daqui a um tempo o relógio vai começar a me decepcionar, continuo aqui cobiçando a independência. Mesmo sabendo que logo o tempo vai passar mais rápido, a pele vai enrugar, os cabelos vão embranquecer... Ainda cobro uma rapidez dos ponteiros, querendo que depois eles sejam pelo menos um pouco mais vagarosos. É, eu vou pôr uma âncora no relógio e pará-lo exatamente ali nos meus cobiçados dezoito anos.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Agora eu sei voar...

Ah que vazio! Quanta solidão! Há tantas pessoas aqui ao meu redor, passando por mim... Todos me vêem, mas ninguém me enxerga...
Eu me sinto tão invisível... Eu achava que ser invisível era coisa de super herói... Sou eu um super herói ou um simples fracassado? Eu vejo todos muito felizes e eu aqui, solitário como uma lagarta em seu casulo... Ruim? Perfeito! Ela precisa disso para criar asas e tornar-se uma borboleta.
Me sinto íntimo de mim, porém, diferente de todos! Não há ninguém que me entenda, nem quem me abrace; tampouco, quem diga que está tudo bem.
Há um precipício diante de mim que me impede de atravessar o caminho. Vejo todas as pessoas a quem eu doei amor, mas ninguém se importa em edificar uma ponte entre nós; e isso me corrói como se eu estivesse em contato com ácido sulfúrico...
Eu juro, eu fecharia os meus olhos, abriria os meus braços, me lançaria nessa imensidão negra, sentiria o vento invadindo meu rosto violentamente se eu não a conhecesse bem... Se eu não soubesse que falo do meu coração... Se eu não soubesse que eu sou uma borboleta, e agora eu sei voar.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Desfile de vidas sombrias.

Eu mato um leão por dia, aturo gente hipócrita o tempo todo, ouço desaforo calado, vejo gente estragando a própria imagem para chamar a atenção, vejo o mesmo desfile de vidas sombrias e inebriadas de fracasso todos os dias, o certo ser trocado pelo duvidoso, o triunfo dos perversos, a queda dos justos, perda de fé por tentativas sem sucesso... Mas ainda enxergo uma pequena chama de fé acesa. Onde há fé, há esperança, e a esperança é a última que morre.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Momentos fragmentados.

A chuva caia lá fora lavando a cidade; minhas lágrimas caiam em meu quarto, lavando meus olhos e coração. O vento soprava gélido, e seus sopros no silêncio, pareciam criar vozes distorcidas. Estava tudo muito vazio; quarto, mente, coração, cama... Eu abraçava meu travesseiro tentando eliminar a solidão desse vazio, mas haviam pequenos momentos fragmentados, dançando em algum canto do meu cérebro, onde ficam as memórias. Fotografias, palavras, cartas, promessas... Ainda estava tudo guardado no mesmo lugar, e eu ainda necessitava muito disso. Sua voz ecoava em meus tímpanos como música de fundo; era tudo o que me mantinha conectado a esse mundo. A ferida não cicatrizava; as lembranças estavam lá, e eu ainda bancando o bobo, abraçando o travesseiro, fazendo de conta que ele ia te substituir. Não ia. Ainda doía, e eu tinha que me acostumar. Enquanto isso, eu trazia a chuva para o meu quarto; sofria calado, eliminando as lágrimas que se tornavam agulhas, alfinetando os meus olhos e caindo dolorosamente. Eu trazia as nuvens, a neblina e me juntava a solidão de um dia cinzento. A chama permanecia acesa enquanto o coração se encolhia de dor, se contraindo facilmente como algo frágil. Era incrível, pois quando eu saía desse estado tão particular, em meu rosto se encontrava um falso sorriso que ninguém nunca se esforçou a analisá-lo e torná-lo verdadeiro. Quanto mais eu lutava para continuar vivendo, menos motivos encontrava para isso. Todos estavam próximos, mas ao mesmo tempo, parecia que um sistema solar inteiro nos separava. Todos estavam presentes em corpos, mas ausentes em sentimentos. Onde estavam aqueles que disseram que nunca me abandonariam? Boa pergunta. Procurei e não encontrei, mas agora já está tudo bem.


9090 antes dos dígitos.

Eu deitei a minha cabeça no travesseiro. Virei, revirei, meus olhos fechavam, mas não conseguia apagar as cenas em que você era o vilão. Eu precisava ouvir sua voz para dormir em paz, mas não podia. Meu corpo precisava liberar endorfina. Pensei em cortar os pulsos, mas não tive forças. Pedi a Deus que me mandasse um sinal, que aliviasse essa dor e tudo o que consegui fazer, foi pegar o telefone e discar o número que já sabia de cor. 9090 antes dos dígitos. — Me desculpe amiga, mas eu preciso de você. — Lágrimas, soluços, tremores. — Perdoe-me atrapalhar seu sono, mas essa dor não quer passar. — Pausa. — Tudo bem, eu estou aqui para o que você precisar. — Tudo o que eu precisava ouvir. É. — Sabe quando você é pequeno e pensa que realmente foi o Papai Noel que deixou seus presentes debaixo da árvore de Natal, e acredita que realmente o Coelhinho da Páscoa que lhe trouxe os chocolates, e depois cresce e descobre que eles não existem, e seus pais alimentaram essas mentiras, tornando-o tão ingênuo e idiota? A decepção é grande, não é? Pois bem, estou de mal com o mundo, de mal com as pessoas e comigo. O amor não existe. Existe sim, o amor por si próprio, de mãe para filho, mas não amor de uma pessoa para outra. Eu acreditava que existia, e agora, me sinto sujo e burro. Mas por que meu coração ainda bate tão forte? Por que sinto minha respiração tão desesperada? Não existe amor, eu sei. Agora sei. Eu acreditava. Eu sentia. Me ardia nas veias, no peito, no coração. O mundo é cruel, as pessoas são cruéis, e o meu coração não tem culpa. Será mesmo muita inocência acreditar? Seria de mais? Ai, que dor! No espírito, na carne, no coração... Que dor! Parece cortar a minha alma. A decepção é grande, mas não maior que essa dor. Já tentou contar as gotas do pacífico? Bem, então as multiplique por cinqüenta. É esse o tamanho da minha dor. Dói tanto que não consigo chorar. — Cuidado com o que você vai fazer. Não pense que você vai acabar com sua dor. Você vai acabar com a história de um homem que sempre foi forte, e que não pode fraquejar assim tão facilmente. — Será verdade? — A dor uma hora passa, mas muito tempo pode ser de mais. Preciso desligar. Está doendo muito. Boa noite. — Silêncio. Ligação encerrada. Estou vivo. Quase vivo. O mundo continua em movimento, as pessoas continuam sorrindo e suas mentiras continuam no ar. Meu mundo naufragou. Era grande, forte, belo... Era um Titanic, mas, assim como ele, foi parar nas profundezas do oceano. Oh, mas quanto pessimismo, não? Não. É a realidade. As pessoas só nos amam até que entregamos o que elas querem, e depois... Depois elas alimentam umas mentiras, dizem mentiras, e quando aparece um rosto mais bonito, elas não querem nem mais saber de tudo o que você proporcionou um dia. Como diz uma frase que li certa vez: “Até a bateria do meu celular dura mais que o ‘amor eterno’ de alguns.”. Eu não queria, mas vou ter que dar meu show. Champanhe, veneno, máscaras ao chão, glamour e um pouco mais de veneno com aquele sorriso no rosto.


Zumbi; humano...

É pela simetria dos meus passos repetidos e cansados, que viver se tornou normal. Sem objetivos, sem metas... Comer, beber, dormir e respirar... Zumbi; humano... Tanto faz, só sei que sigo uma rotina infeliz. Minhas certezas agora, tão pouco são certas; minhas palavras, tão pouco fazem algum sentido... Ainda vivo, pois viver é normal, assim como respirar, e hoje, o ar que eu respiro, o chão que eu piso, são minhas únicas certezas de qualquer coisa que exista.

- Desabafo.

Quero colo, carinho, proteção... Um beijo do nada, narizes batendo numa tentativa sem sucesso de um beijo desprevenido, risos, gargalhadas, um bom filme ao seu lado... Aquela nossa música de fundo, que escolhemos pra nós, para os nossos momentos, para lembrarmos um do outro quando não pudermos ouvir a voz um do outro. Quero você aqui comigo, selando mais um capítulo da nossa história... Mas ainda falta algo... Falta um personagem. Alguém para ficar do outro lado, para realizar e criar coisas novas. Não para mim, mas para NÓS.