Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Nas cinzas do que resta de mim.

O que resta de mim é apenas a mentira que me tornei. Sou agora uma fonte fluida, onde as pessoas bebem e vão embora, sem apreciar sua transparência, importando-se apenas em matar sua sede. Minha vida se transformou em uma criança macabra e deformada, uma filha minha. Apesar de todo meu amor por ela, tenho tido dificuldades de abraçá-la, ajeitá-la e entregar-me de corpo e alma a ela. Tenho dificuldades de aceitá-la e mostrá-lá ao mundo com tamanho orgulho… Oh céus, eu engoli meus sentimentos e eles desceram pela garganta desfigurando-me por dentro! Oh céus, estou me afogando em minhas amarguras sem alguém que se importe em me tirar dessa roleta russa, onde não sei até onde chegarei… Ah, que dor! No peito, na alma, no ego, na vida! Ah, que calor! No sangue, nas veias, nas cinzas do que resta de mim… Ah, que pena, me deteriorei em meus sentimentos, me afoguei em minhas lágrimas e naufraguei. Estou no fundo do oceano, sozinho, esquecido, agarrado à minha vida deformada na esperança de ser encontrado, salvo, descoberto; aqui, dentro de mim, enfim a salvo, agarrado à minha vida, que quer e precisa ser renovada, mudada, renascida. Me salve!