Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Eu não posso mais engolir meus sentimentos.

Eu posso sentir esse buraco enorme dentro do meu peito. Falta algo aqui, eu sei que falta, mas o que? Sinto mãos fecharem-se em meu pescoço, e o choro permanecer preso ali. O tempo passa: são 2:57AM, e eu me revirando na cama sem saber o que fazer de mim! A mesma sensação de que há algo fora do lugar; a mesma sensação de que o caminho não é esse; a sensação de que fiz uma escolha errada e a consequência é a eloquente afirmação do silêncio do amanhã. O farfalhar das folhas levadas pelo vento, são a afirmação do meu fracasso. Eu só tinha que fazer UMA ESCOLHA, e falhei comigo mesmo. Talvez eu mesmo tenha dado meu pescoço à guilhotina. Talvez eu mesmo tenha pago as parcelas de minha ida sem volta para a ruína de mim mesmo e a morte de minha alma. Talvez eu tenha falado mais do que devia para alguém que não me entenderia, e assim tenha me restado o asco a mim mesmo. Tento de todas as formas reconhecer a mim mesmo, mas não sou mais o mesmo de um segundo atrás. Está uma bagunça aqui dentro de mim, e eu não sei por onde começar a organizar. Corpo, mente, coração: organizem-se! Não pretendo mais engolir meus sentimentos junto com outro comprimido de amytril.

Bússola para me encontrar.

Foi quando o buraco negro retornou sem que eu pudesse ver, arrastando-me para a escuridão de mim mesmo. Perdido: isso era tudo. De repente tudo o que eu precisava era de uma bússola para encontrar a mim mesmo. As mesmas pessoas vazias, a mesma sensação de vazio, o mesmo pânico que me consome em doses homeopáticas. Só o que sei é que dói. Perder-se em si, num labirinto infinito de medos eternos. Dói parecer ser de aço, enquanto se é frágil como vidro. E é isso: estou em CACOS! Meu grito ecoa solitário e ninguém pode ouvir. SOCORRO, SOCORRO! Já sinto as estacas em mim. É o começo de um fim, e eu sinto que quando mais quero morrer, é quando mais preciso viver, e isso volta a doer com todo o peso que possui: VIVER.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Eu fui música!

Uma vez pertenci a um pianista. Ele tocava meu corpo como se ele fosse as teclas de seu piano, como se a minha pele fosse música para seus ouvidos; e bebeu minh'alma como se fosse água para matar sua sede... Indo com muita sede ao pote, se embebedando como se fosse seu vinho, degustando até a última gota... E desenhou um coração no vidro embaçado do carro, susurrou palavras doces ao pé do meu ouvido enquanto gozávamos de prazer e depois sumiu. Eu fui piano. Eu fui música. Eu fui prazer.