Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Estrelas no breu; pássaros no azul.

Eu preciso falar da minha habilidade de ser um camaleão. De fingir que está tudo bem, quando tudo está desmoronando. Eu preciso falar da minha solidão superpopulada, que por sua vez, não me permite sentir que pertenço a algum lugar. Eu preciso falar sobre a minha desvontade de levantar-me da cama, e meu árduo desejo de fechar os olhos, e assim sereno, partir. Também preciso falar sobre o céu que me põe de pé e me firma ao chão... O mesmo céu que segura as estrelas no breu e é riscado pelos pássaros em seu azul tão infinito. O céu que me faz sorrir sem perceber e me faz sentir perdoado. São coisas tão idiotas que me tiram a paz, mas ao mesmo tempo coisas tão simples que me fazem sentir abençoado! Talvez eu ainda não tenha alcançado a maturidade que me permita entender essas “emoções contra-corrente” que existem dentro de mim, e talvez nem precise.


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Quem abraça anjos, não tem medo do céu.

É como ser teletransportado para outra dimensão, onde dentro do silêncio cabe uma melodia e o tempo para. O silêncio fala, os corpos respondem, e já não sei se sou eu saindo do chão, ou o chão abandonando meus pés. Estou apenas flutuando, como se o vento me segurasse no ar, assim como a densidade da água nos permite "flutuar" dentro dela... ​Agora só me permito fechar os olhos e explorar meus outros sentidos. Enxergo com o tato e audição, ouço e sinto com a visão, e percebo finalmente que sou apenas humano, com sensações humanas e sentidos humanos; onde um sentido dá lugar ao outro e tudo se funde e dança harmonicamente. É então que entendo, que de tanto abraçar anjos, perdi o medo do céu.


Em busca do eu.

Como pode num vazio caber tanta coisa? Coisas que te engolem ao contrário, de dentro pra fora e te fazem desaprender o que é dentro, o que é fora. Mas como posso eu me perder dentro de mim, que caibo dentro do meu eu? Dentro, fora; meu, eu. Voando para dentro, caindo ao contrário, em busca do eu. ​


quinta-feira, 29 de março de 2018

Você é sua prioridade.

​ A reciprocidade precisa vir de dentro; espontaneamente. Qualquer coisa contrária a isso, é “estar na zona de conforto”. Não aceite menos do que você mereça por medo da solidão. Não deixe a carência te fazer aceitar metades, meios alguéns! Não se contente com segundo, terceiro e último lugar; seja você sua prioridade e a parte que te falta, você nasceu inteirx! Às vezes precisamos engolir nossos corações e nos amar por dentro, porque ninguém vai ser capaz de nos amar tão genuinamente quanto nós mesmos.


domingo, 18 de fevereiro de 2018

Suas "palavras-tijolo" me quebram.

​ Se tu soubesses o quanto o silêncio é sagrado e resiliente, o praticarias mais. Se tu soubesses que sou de vidro, saberias que suas “palavras-tijolo” me quebram. Se tu soubesses quanta fragilidade cabe dentro deste ventríloquo, meu bem, não me arrastarias por teus caminhos como se fosse boneca de pano. Ah, se eu soubesse que tu não sabias das coisas, saberia que também nada sei... é por isso que tanto falas, que me quebras e me arrastas... porque sabes que não sei. Porque sei que não sei... então eu ouço, me despedaço e me junto. Porque no fundo, também sei que não sei.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Nadar no teu corpo.

Quero numa superfície plana, nadar no teu corpo. Alcançar tua boca sem precisar ficar na ponta dos pés. Você me chama de "minha puta" enquanto me beija e me torce os mamilos. Me agride, mas me acaricia. Que delícia! Sua puta. Meus gemidos me entregaram. Réu confesso.



quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Estou do avesso.

​ A natureza escuta pacientemente o esbravejar do meu silêncio. Meu pensamento voa como uma gaivota livre, rente às águas do mar. Suas asas tão lindas, abertas e seguras, mantêm-se firmes, cortando o ar. E o meu silêncio? Bom, o meu silêncio fala mais que o sermão de um pastor, mas minhas palavras são ocas e não dizem nada. Olho para dentro e para fora de mim, e percebo que estou do avesso. A natureza ouve meu silêncio, mas mesmo sem falar, me consola dizendo que é necessário trocar as folhas.


Centro.

​ A gente sabe que existe centro... sabe que existe centro espírita (e visita pelo menos uma vez na vida), sabe que existe o centro da terra, os centro das cidades... mas ignora o centro do nosso ser. O núcleo que guarda todo o nosso “código genético”, o centro que é nosso porto. O centro que é onde a gente quer ir quando se encontra perdido nas máscaras que usamos de supostas personalidades que possuímos. A gente acredita em centro, mas abandona. Abandona porque a gente cresce, e a partir daí entra em formas que a sociedade obriga a entrar. A gente sabe que existe um centro guardado por camadas frias, que já quase esqueciam que a gente já foi criança; que subia no sapato da mãe, que vestia a camisa do pai, que queria ser adulto, mas não sabia que ser adulto era ser igual robô. E quando a gente cresce, quer se isentar das responsabilidades, quer alguém que cuide da gente, quer ser criança de novo. Quer correr livre, ralar os joelhos, tomar banho de chuva, voltar pra casa sujo de terra e até tomar uma chinelada da mãe. A gente quer, porque tá guardado no centro, e foi gostoso. E é o que a gente é, mas não pode ser.


A diferença da tua solidez para a minha liquidez.

​ Só me diz a diferença da tua solidez para a minha liquidez, quando a tua solidez se esfarela e escapa dentre os dedos; me diz porque para ti minha liberdade é libertinagem, e tua necessidade de concretar-me a ti não passa de uma solidez consideravelmente clássica, aristotélica. Diga, então, porque meu desapego e amor livre são construções sociais e o teu apego e tuas correntes não. Diz também porquê devo viver um amor romântico Hollywoodiano se meu espírito é flecha, ação e fantasia. Aproveite e me diga também porquê devo eu levar uma vida baseada nas tuas normas ABNT do viver, se o bonito da vida é ser você. Então, meu bem, vai com teu segundo, que eu vou com meus terceiros, quartos, quintos e infinitos alguéns... Vá e sê feliz, que eu hei de ser também!


quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Alguém que ama o vento.

O vento me acariciando o rosto é quase poético. A força com que o ar invade meus pulmões e sai depressa é como uma montanha russa possuindo a graça de uma bailarina. Meus olhos se fecham em êxtase enquanto busco nas lembranças uma última sensação parecida. Ah, nesta minha queda livre, tento abraçar o mesmo ar que antes me acariciava o rosto e agora me acaricia todo o corpo. Vou contra o vento apenas para me permitir ser tocado com o toque que mais me desarma. Ando contra o vento e me entrego como jamais me entreguei antes na cama ou fora dela, sentindo inveja de cada ave que dança suavemente no sétimo céu, enquanto a anatomia do meu corpo humano me prende a este mesmo chão onde caminho. Anjo sem asas, pássaro na gaiola, avião sem combustível, mas alguém que ama o vento, mesmo sem a graça de poder voar.