Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dançando nas estrelas.


Estou vendo o colorido se tornar preto e branco, e os ritmos de uma escala musical se tornando uma única batida incessante e pausada: “Boom. Boom. Boom.”. A melodia se perde no silêncio perturbador que vai engolindo-a. O ritmo que o meu corpo segue, vai sumindo no breu que vem surgindo. A batida vai perdendo o compasso e se tornando lenta, pois a dança que o meu coração seguia, voltou a se tornar uma única batida incessante e pausada: “Boom. Boom. Boom.”.
No céu faiscante, as estrelas vêm caindo criando formas. As nuvens deixaram o céu e as estrelas continuam caindo. Voltem nuvens, voltem! Amparem as pobres estrelinhas que vêm caindo sem parar! O céu as soltou e elas vêm caindo! Pobres estrelinhas...
Amanheceu e não há mais céu escuro, nem estrelas sendo soltas, nem nuvens de algodão e nem belas formas desenhadas pelas estrelas que dançavam em queda livre. A batida continua insistente e isso me incomoda. Eu quero o ritmo, eu quero as cores, eu quero amores e danças de tango. Corpos colados, seguindo o ritmo do coração, numa dança leve e sensual levando do vermelho da paixão que transcende ao azul do céu borrado pelo branco das nuvens.
A música esteve ali o tempo todo e as cores nunca me deixaram... O meu coração dançava e era esse o ritmo que eu seguia. Eu me desconectava do mundo e fechava os olhos. Agora eu dançava nas estrelas e me tornava uma delas. Eu só precisava de um motivo para acelerar esse ritmo que se manteve incessante e pausado por tempo de mais. Eu só precisava disso e nada mais.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Eu me perdi de mim!


Meu amor dorme ao meu lado, na escuridão da sombra noturna... Eu, um invasor de janelas, um vírus invadindo corpos e sensações, desejo invadir-lhe.
A idéia de satisfação, me foge nos rastros dos teus passos que se distanciam. Eu devo correr até você ou devo ficar e esperar a sua volta?
Veja, eu me tornei teu último suspiro. Eu evaporei e o que restou de mim, perdeu o valor... Veja, eu sou teu. Eu respiro você, e olho-te repousando ao meu lado, respirando lento; livre da perturbação mundana. Veja, os teus passos se perdem num horizonte infinito...
Socorro! Eu me perdi de mim! Quem me roubou de mim? Eu respiro outros ares, ando outros caminhos que não são meus. Eu me perdi de mim!
Amor, meus olhos te seguem, até que você se torna um ponto final além de mim, além do horizonte... Eu corro até você, sigo-te! Quando perto de mim tu estás, sou engolido pela areia movediça...
Veja, eu sou um bobo apaixonado. Tu vês, sentes e partes. Venha. Vá. Fique. Adeus. Eu sou um bobo apaixonado e não passo disso. Por favor, perceba.


Meus medos parecem se concretizar.


Não quero mais dormir. Minhas pálpebras me traíram e resolveram se fechar sozinhas com seus golpes fortes e pesados em meus olhos que ardem por tamanha sonolência.
De um tempo pra cá, passei a ter um medo imenso da morte (algo que nunca tive). Estou apegado à matéria e a última coisa que eu quero, é entrar num sono eternizado.
Acho que eu estou enlouquecendo, pois agora muitos medos começaram a me pôr contra a parede... Estou sofrendo pressão psicológica, e a autora de tudo isso é a minha própria mente.
Agora eu penso de modo diferente. Acho que eu me alterei interiormente. Eu me tornei diferente e indiferente. Mais sensível e humano.
Meus medos parecem se concretizar. Estou com medo de agora escrever coisas que não façam sentido aos que lêem. Para mim, que escrevi cada uma dessas palavras, tudo faz sentido completo.
Deixe-me sensível. Por muito tempo eu fui pisado. Pensem todos que eu sou fraco para se surpreenderem com a minha reação.


Livros: eu os amo!


Eu precisei de um amigo e encontrei num livro. Eu precisei de um conselho e encontrei num livro. Eu precisei de um motivo para rir e encontrei num livro... Os livros sempre foram melhores que as pessoas...
Eu me sinto vastamente satisfeito em segurar um livro nas mãos e em soprar toda a poeira que sobre  esteve sobre ele pelo tempo em que esteve esquecido (e eu não vejo nada mais cruel do que esquecer os livros).
Eu amo aspirar o cheiro de livro velho. Eu amo passar os olhos por suas páginas amareladas e de escrita rebuscada. É como ter a felicidade nas mãos. É como se eu fosse uma criança curiosa que acaba de descobrir um tesouro.
Livros: amo devorá-los. Amo tê-los nas mãos como tesouros. Amo as emoções despertadas por eles. Amo a ligação entre nós (como o cordão umbilical que liga a mãe ao filho). Amo aprender e descobrir com eles... Livros: eu os amo!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Por favor, viva!

Vejo a minha alma manchada por seu sangue inocente. Eu não fui o autor do crime, mas sinto que se eu tivesse tido outra das nossas conversas, eu teria lhe ajudado a desistir de pensar em desistir de tudo.
Você só queria machucar aos que ficaram. Eu sei que você só queria chamar a atenção. Sei, pois eu já pensei no mesmo.
Essa escolha só deu um ponto final aos seus planos, e logo, com o passar do tempo, pelo menos 80% das pessoas a quem você queria ferir, vai esquecer que um dia você existiu e cometeu esse ato inconseqüente.
Eu nunca me importei com a sua presença, tampouco me vejo chorando a sua partida, mas eu sinto que mesmo não me importando tanto com o seu status online ou offline da vida, só poderia ter lhe ajudado a desistir do status offline.
É triste pensar nisso, mas eu não me importo e nem me culpo... Só acho que eu poderia ter lhe ajudado outra vez. Isso me deixaria completamente satisfeito, mesmo sem eu me importar com o seu status.
Agora, eu só queria encostar o seu caixão e olhar seu rosto pálido em que o sangue não circula mais. Eu quero vê-lo respirando outra vez, em uma brincadeira de “vivo ou morto” – Por favor, viva! –. Apenas brincando. Não quero ver-te incapaz de encontrar movimento...
Eu sei que eu correria o risco de te ver levantar dali e me agarrar o pescoço, pressionando-o com força, tentando me tirar o ar; só pelo motivo de eu saber que você precisava, e nada fiz para lhe ajudar.
Estou certo que você não faria isso, pois agora, o seu templo jaz inanimado... Eu sei também que eu aceitaria que você me enforcasse, pois eu errei ao ser egoísta, e ao não lhe dar os meus ouvidos para lhe ouvir e nem a minha boca para aconselhá-lo.
Siga a luz e descanse em paz.
Para mim, você só está descansando nos braços de Deus. Status ausente. Eu não consigo aceitar o seu status offline.


terça-feira, 5 de junho de 2012

No canto do rouxinol.


Alguns anos se passaram desde que você se foi, mas sinto que a vida lhe traz de volta no canto do rouxinol; na dança dos galhos sacudidos pelo sopro divino; no Sol que caminha vagarosamente do leste até dormir na calmaria do fim de tarde, no lado oeste da imensidão do mar, daqui, de onde eu observo.
Sinto-lhe no ar que invade as minhas narinas, sendo filtrado pelos mesmos pulmões cansados pelo contínuo trabalho incansável; sinto-lhe na firmeza deste chão agredido por meus pés violentos e brutos, que parece se abrir quando lembro-me de ti; sinto-lhe no palpitar do coração que ainda se excita ao ver-lhe em minhas lembranças... Ainda lhe sinto aqui...
A chuva ainda cai do lado de fora... Que inveja eu tenho das nuvens! Elas se enchem, e quando mostram sua fúria, não há quem as encare! Eu quero ter essa facilidade para liberar essa tempestade que cria uma confusão em mim...
Você se foi, mas eu ainda lhe sinto aqui, na luz que vejo com uma voz de fundo que diz: “Vá para a luz, espírito! Continue vagando ao encontro de quem tu verdadeiramente amas!”, com o chão sumindo sob os meus pés com um ritmo acelerado; com o ar parando de me invadir; com o coração perdendo o ritmo até parar... Mas com a imagem fugindo das minhas lembranças e se tornando real, com o Paraíso de cenário, e nós dois como protagonistas outra vez... Agora sim, eu verdadeiramente lhe sinto aqui.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

A deriva.


Amor: afeição, compaixão, misericórdia, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido. Vínculo emocional com alguém. A maior de todas as conquistas do ser.
O amor? Ah, como eu sou dele! Corpo, alma e coração! Como eu sou dele... Só dele! Inteiramente e exclusivamente dele!
Erva daninha que cresce; sentimento que concede a alegria de viver. Entra sem pedir licença; permanece sem pedir permissão e vai sem deixar pegadas no chão...
E agora, amor, onde você está? Eu pertenço a você, somente a você... Ai, amor, não me abandone! Eu ainda tenho medo de escolher errado, de perder o compasso, de ser, quem sabe, pisado! Não me deixes a deriva; não me deixes sem consolo; não me deixes só, pois eu tenho medo, e ainda pertenço muito a você. Só não me abandone. Nunca. Eu o imploro.


O naufrágio vai ser total...


Ar, nesta lenta tarde de verão, sua lembrança é uma foto cinza, que com as horas vão se apagando... É difícil desenhar seus traços meio dia depois de partir.
Ar, se seus olhos são um tanto negros; se os dentes feitos de hortelã... Não me lembro das suas sobrancelhas, nem sequer posso falar apenas de outra coisa que não seja a dor.
A mente quando abaixa a maré, por puro instinto de conservação, sim, tenta me curar de pouco a pouco, deixando atrás os passos de amor.
A mente quando abaixa a maré, mostrando a estrutura da minha dor, ativa um mecanismo de defesa, para que não afogue o coração.
Ar... Me falta o ar, sim! Nesta lenta tarde de verão... Não posso descrever você! Sua lembrança é uma foto cinza... Apenas de perfil! Que com as horas vão se apagando... Oh não!
Ar... Eu tento desenhar! Não consigo, Quase já não posso... Por muito mais que eu tente! É difícil de reconhecer... Por tudo o que eu amo! Me deixe menos, menos apegado...
Ar... Agora quando abaixar a maré, o naufrágio vai ser total... Que pena.

De: Dulce Maria (adaptada).


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Com tudo o que eu tenho e sou.

O importante é que eu amei... Eu amei com tudo o que eu tenho e sou. Se eu me decepcionei, não vejo problema nisso. Eu já sabia das conseqüências e quis arriscar. Antes eu ter me decepcionado tanto por ter arriscado, do que ter sofrido por não ter feito aquilo que tanto almejei.
Eu iluminei todo o caminho por onde eu andei; sequei os rios que eram cheios das minhas lágrimas; sonhei cada sonho que realizei... Eu fui meu próprio Sol, minhas próprias lágrimas, meus próprios sonhos... Eu fui tudo o que eu precisava.
Ah! Eu sinto que eu vou enlouquecer com o crescer incansável das emoções que atiram flechas para todos os lados em mim, de dentro pra fora! Eu sinto que vou enlouquecer com esse arder no peito que transforma paixão em amor...
Que inveja das estrelas que brilham sem parar; do Sol a iluminar mais um nascer do dia... Inveja da Lua, que em contato com teu corpo, traz ao clima tropical um lindo efeito de neve; da ave canora que cede o lugar da voz celeste ao estado humano do mais belo anjo que ousa a terra habitar...
Ah! Mas o importante é que eu amei... Eu amei a mim, a você, a nós... A NÓS. Eu amei. Eu amo. Amo as estrelas nos seus olhos; o Sol tão grandioso, iluminando seu sorriso... Amo a tua pele branca trazendo a mim a lua; a melodia da tua voz ousada, roubada do canto dos pássaros... Eu amo... Com tudo o que eu tenho e sou.