Querido papel, eis-me
aqui. Eis-me aqui para mais um desabafo. É até irônico eu querer misturar suas
linhas retas às minhas palavras tortas, mas se faz necessário.
Confesso-te que
tudo o que há em mim precisa ser mudado. Confesso-te que sorrio com
sinceridade, mas meu sorriso oculta mágoas comuns a um coração adolescente.
Sou apenas a
sombra do que fui um dia. Perdi a ingenuidade de uma criança. Me tornei barro a
ser moldado pelo tempo, mas me sinto de aço.
A certa altura,
nem o fogo que há em minhas palavras me conforta, mas só o fato de poder
dizer-lhe isso, é confortável. Tudo o que há em mim precisa ser mudado, e é
função do tempo botar as coisas em seus devidos lugares.
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