Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Alguém que ama o vento.

O vento me acariciando o rosto é quase poético. A força com que o ar invade meus pulmões e sai depressa é como uma montanha russa possuindo a graça de uma bailarina. Meus olhos se fecham em êxtase enquanto busco nas lembranças uma última sensação parecida. Ah, nesta minha queda livre, tento abraçar o mesmo ar que antes me acariciava o rosto e agora me acaricia todo o corpo. Vou contra o vento apenas para me permitir ser tocado com o toque que mais me desarma. Ando contra o vento e me entrego como jamais me entreguei antes na cama ou fora dela, sentindo inveja de cada ave que dança suavemente no sétimo céu, enquanto a anatomia do meu corpo humano me prende a este mesmo chão onde caminho. Anjo sem asas, pássaro na gaiola, avião sem combustível, mas alguém que ama o vento, mesmo sem a graça de poder voar.


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