Sentimentos & Futilidades

Sentimentos & Futilidades

terça-feira, 26 de julho de 2016

Fique, ou vá!

A você que entrou sem bater, peço apenas que fique! Fique aqui, e repare a bagunça. Repare os defeitos, manias, silêncio e agitação... Se ainda assim quiser permanecer, terá o meu melhor! Fique, porque eu ainda sou eu, apesar de trazer um pouco de outras pessoas comigo. Fique, porque apesar da bagunça, nunca parei de acreditar no melhor que há dentro dos outros! Fique, porque eu amo colar corações despedaçados, e não consigo aceitar que um ser humano seja capaz de desintegrar outro. Fique, porque sem teu abraço sou violão sem corda, sou céu sem estrelas; sou nada daquilo que costumo dizer que sou! Fique, porque logo eu, passarinho teimoso, com toda minha liberdade, resolvi pousar ao seu lado, e se ainda assim, não lhe for suficiente, me desdobro, me multiplico, te bebo e te transbordo; te levo à lua, paro o tempo e dançamos abraçados num beijo. A você, peço apenas que fique. Ou vá!


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Como o que vejo em mim.

Há quem ache estranho, porém, sou loucamente apaixonado pelo cinza dos dias frios e nublados... É uma sensação estranha de que sou compreendido, e que nem mesmo o sol quer sorrir todos os dias, nem aparecer... Apenas ficar escondido e distante de tudo e todos. Amo os dias cinzas, porque nossos humores se misturam, e eu sinto PAZ por ser eu mesmo, no meu cantinho, com meus sentimentos e em constante oração, para que eu compreenda mais, ame mais e SEJA mais. Que eu veja os sorrisos dos outros como vejo os meus, lindos; que eu veja as lágrimas dos outros como vejo as minhas, doídas; que eu veja as dores e feridas dos outros como vejo as minhas, e assim me convença de que sinais iguais somam e repetem o sinal, e as feridas um dia se curam, e as dores um dia se vão.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Bati de porta em porta.

Eu preciso de você na minha cama, do seu calor me derretendo... Eu quero matar a sede do seu beijo, a fome do teu abraço e a necessidade da tua companhia... Preciso de você além dos planos e fantasias; razões, emoções e escolhas. Só o que me falta é você inteira e verdadeiramente pertencente a mim de forma celestial, pois eu já bati de porta em porta, mas a única porta que me excita a entrar é a sua, por ter sido mais difícil de abrir.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Apenas respirando.

Parece que quanto mais fujo, mais volto para mim. A sensação que tenho, é de que em meu corpo circula AR ao invés de sangue. A sensação que tenho, é que esses gritos tão presos em meus pulmões, irão cedo ou tarde me sufocar. Talvez eu esteja preso dentro de mim. Talvez eu tenha criado um labirinto dentro de mim e tenha me perdido. Meu Deus, meu Deus, meu Deus! EU SÓ QUERO GRITAR! EU PRECISO GRITAR! TUDO O QUE EU QUERO NESTE MOMENTO É GRITAR! Mas sinto que não posso; sinto que algo me impede. Este algo sou eu mesmo tentando não parecer tão louco, mas no fundo, tudo o que eu quero é enlouquecer. Honestamente, por que tenho feito isso comigo? Por que tenho me torturado tanto, buscando explicações inexplicáveis; consolo pelo inconsolável e preenchimento a este vazio infinito? Por que este buraco negro retorna sempre que tudo está tão bom para mim? Estou chovendo por dentro, há uma tempestade aqui dentro, e, honestamente, não faço ideia de quando o sol retornará… Mas o que dói mesmo, é estar perto de pular no abismo, e de repente te outros mil motivos para continuar respirando…
ISSO! Talvez neste presente momento, eu esteja apenas respirando. Talvez eu tenha deixado que meu viver tenha se tornado apenas um existir.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Eu não posso mais engolir meus sentimentos.

Eu posso sentir esse buraco enorme dentro do meu peito. Falta algo aqui, eu sei que falta, mas o que? Sinto mãos fecharem-se em meu pescoço, e o choro permanecer preso ali. O tempo passa: são 2:57AM, e eu me revirando na cama sem saber o que fazer de mim! A mesma sensação de que há algo fora do lugar; a mesma sensação de que o caminho não é esse; a sensação de que fiz uma escolha errada e a consequência é a eloquente afirmação do silêncio do amanhã. O farfalhar das folhas levadas pelo vento, são a afirmação do meu fracasso. Eu só tinha que fazer UMA ESCOLHA, e falhei comigo mesmo. Talvez eu mesmo tenha dado meu pescoço à guilhotina. Talvez eu mesmo tenha pago as parcelas de minha ida sem volta para a ruína de mim mesmo e a morte de minha alma. Talvez eu tenha falado mais do que devia para alguém que não me entenderia, e assim tenha me restado o asco a mim mesmo. Tento de todas as formas reconhecer a mim mesmo, mas não sou mais o mesmo de um segundo atrás. Está uma bagunça aqui dentro de mim, e eu não sei por onde começar a organizar. Corpo, mente, coração: organizem-se! Não pretendo mais engolir meus sentimentos junto com outro comprimido de amytril.

Bússola para me encontrar.

Foi quando o buraco negro retornou sem que eu pudesse ver, arrastando-me para a escuridão de mim mesmo. Perdido: isso era tudo. De repente tudo o que eu precisava era de uma bússola para encontrar a mim mesmo. As mesmas pessoas vazias, a mesma sensação de vazio, o mesmo pânico que me consome em doses homeopáticas. Só o que sei é que dói. Perder-se em si, num labirinto infinito de medos eternos. Dói parecer ser de aço, enquanto se é frágil como vidro. E é isso: estou em CACOS! Meu grito ecoa solitário e ninguém pode ouvir. SOCORRO, SOCORRO! Já sinto as estacas em mim. É o começo de um fim, e eu sinto que quando mais quero morrer, é quando mais preciso viver, e isso volta a doer com todo o peso que possui: VIVER.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Eu fui música!

Uma vez pertenci a um pianista. Ele tocava meu corpo como se ele fosse as teclas de seu piano, como se a minha pele fosse música para seus ouvidos; e bebeu minh'alma como se fosse água para matar sua sede... Indo com muita sede ao pote, se embebedando como se fosse seu vinho, degustando até a última gota... E desenhou um coração no vidro embaçado do carro, susurrou palavras doces ao pé do meu ouvido enquanto gozávamos de prazer e depois sumiu. Eu fui piano. Eu fui música. Eu fui prazer.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Nas cinzas do que resta de mim.

O que resta de mim é apenas a mentira que me tornei. Sou agora uma fonte fluida, onde as pessoas bebem e vão embora, sem apreciar sua transparência, importando-se apenas em matar sua sede. Minha vida se transformou em uma criança macabra e deformada, uma filha minha. Apesar de todo meu amor por ela, tenho tido dificuldades de abraçá-la, ajeitá-la e entregar-me de corpo e alma a ela. Tenho dificuldades de aceitá-la e mostrá-lá ao mundo com tamanho orgulho… Oh céus, eu engoli meus sentimentos e eles desceram pela garganta desfigurando-me por dentro! Oh céus, estou me afogando em minhas amarguras sem alguém que se importe em me tirar dessa roleta russa, onde não sei até onde chegarei… Ah, que dor! No peito, na alma, no ego, na vida! Ah, que calor! No sangue, nas veias, nas cinzas do que resta de mim… Ah, que pena, me deteriorei em meus sentimentos, me afoguei em minhas lágrimas e naufraguei. Estou no fundo do oceano, sozinho, esquecido, agarrado à minha vida deformada na esperança de ser encontrado, salvo, descoberto; aqui, dentro de mim, enfim a salvo, agarrado à minha vida, que quer e precisa ser renovada, mudada, renascida. Me salve!

domingo, 13 de outubro de 2013

Exteriorização do meu interior.

Os dias têm amanhecido cinzas, e eu costumo dizer que é uma exteriorização do meu interior, que muda constantemente. Dias cinzas, monótonos, com as mesmas pessoas vazias caminhando em direções contrárias que só olham para o mesmo chão irregular debaixo de seus pés. São pessoas sérias demais para desejar um “bom dia” a uma pessoa que nunca viu na vida, ou sussurrar um pedido sorridente de desculpas ao esbarrar em alguém, devido sua pressa… Essas pessoas têm tanto medo de perder “preciosos” segundos de suas vidas, abrindo mão de pequenos lindos detalhes da vida… Eu só me pergunto: QUE SENTIDO HÁ NISTO? Que sentido há em usar pessoas como escada para subir na vida, ser melhor que o outro, ter mais que o outro e no fim, ser um figurante na novela da vida? Que sentido há nisto? Que sentido há em não ser ninguém, e ter uma única função, que não passa de gastar o nosso oxigênio?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A ti pertence o meu néctar.

Eis que os anjos tocam as trombetas e os bem-te-vis anunciam tua chegada após intensos dias de luto e lástima. Eis que todas as coisas se renovam e os galhos secos produzem frutos neste solo infértil. Eis que aqui me alegro em teu sorriso que em mim reflete. Eis que diante de ti me reverencio e diante de tua doce nobreza e cordialidade me desabrocho.

Contigo sou flor e a ti pertence meu néctar! Contigo sou bobo da corte, palhaço, assassino e vítima! Contigo contemplo mil faces, mil "eus"! Contigo sou eu. Contigo sou mais eu! A ti pertenço. Diante de ti me reverencio. Meu Deus grego que tem o poder de me afogar em seus olhos; meu príncipe cordial que me convida a sentar ao teu lado; meu anjo caído do céu, enviado para minha força e segurança... Meu pecado carnal, ápice da minha luxúria! Ponto cuminal dos meus desejos e pecados! Limite das minhas ânsias!

Tudo do meu nada. Tudo o que tenho a perder. Tudo o que me importo em manter. Tudo o que eu preciso cativar. Meu ponto forte. Meu ponto fraco. Minha vírgula. Minha reticência. Meu ponto final. MEU.